Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
O petróleo estava tendo dificuldades para encontrar suporte na sexta-feira após uma liquidação de dois dias. Com o enfraquecimento do rali, a questão mais importante é saber se os preços agora entraram em espiral de baixa ou se é apenas uma pausa na tendência de alta.
Seja qual for o caso, a expectativa é que haja mais um pouco de vendas, a julgar pelas quedas em outras commodities e o comportamento baixista dos preços no petróleo.
A cotação do barril de petróleo vinha tendo uma forte alta desde a queda histórica do ano passado, devido a restrições de oferta da Opep+ e ao otimismo com a recuperação da demanda, à medida que as restrições da Covid vão sendo relaxadas. A tendência de baixa no dólar também dava suporte à alta do petróleo.
Mas, a exemplo do ouro e do cobre, o petróleo não está imune a um repique da moeda americana, que ganhou vida novamente após a mudança de tom do Federal Reserve em sua última decisão de política monetária. O fato de que diversas outras commodities também se enfraqueceram significa que o sentimento dos investidores com o setor também piorou, prejudicando a reboque o petróleo.
O gráfico diário mostra um padrão de reversão de três barras e um rompimento de tendência. A base dessa reversão está em torno de US$71,00, nível que estava sendo testado a partir de baixo no momento em que escrevo. É provável que haja resistência nesse nível, já que ele serviu de suporte anterior e que pode desencadear mais uma queda. A próxima área de possível suporte é a região sombreada em torno de US$67-68.
Observando o gráfico diário, vemos um comportamento ainda mais baixista:
Nesse tempo gráfico, o barril de WTI mostra um doji incompleto que, até o fim da semana, pode se tornar um martelo ou um candle de engolfo de baixa se as vendas continuarem hoje. O interessante é que o Índice de Força Relativa (IFR) mostra uma divergência negativa, registrando máximas mais baixas em comparação com as máximas mais altas no petróleo. Isso aponta para um enfraquecimento da tendência de baixa. Anteriormente, essas divergências geraram grandes quedas no petróleo.
Se a queda no petróleo for sustentada, pode ter repercussões em outros ativos. O setor de energia do S&P (XLE), por exemplo, que tem registrado um dos melhores desempenhos do ano, pode pesar sobre o índice de referência. Moedas como o dólar canadense e a coroa norueguesa também podem sofrer.