O dólar estendeu a queda em relação à sua máxima em 20 anos, em função dos dados econômicos dos EUA, que vieram abaixo do esperado. A divisa norte-americana recuou na sexta-feira depois que o moral dos consumidores do país atingiu a mínima histórica, na série medida pelo índice do sentimento do consumidor. A leitura de 50,0, abaixo das previsões de 50,2, é a menor desde que a Universidade de Michigan começou a compilar os dados em novembro de 1952.
Hoje, o dólar recuou ainda mais, e os receios de recessão são o culpado. Isso, contudo, contradiz a narrativa do mercado, que espera que a inflação esteja chegando ao seu pico e que seja possível evitar uma recessão com a flexibilização da China de suas recentes restrições relativas à Covid-19.
Enquanto isso, o dólar registra correlação positiva com as notas do Tesouro, que vêm apresentando alta desde sexta-feira. Normalmente, os rendimentos do Tesouro e a moeda norte-americana se movimentam em conjunto. Sendo assim, vemos aqui uma segunda anomalia do mercado.
Vejamos como essas contradições se revelam no gráfico.
A moeda dos EUA tem sido negociada numa flâmula, um padrão presumivelmente de continuação. A expectativa é que o preço rompa o intervalo na direção da sua tendência subjacente depois que os shorts terminarem sua cobertura. No entanto, o dólar caiu para o menor patamar desde o dia 16 de junho, abaixo do intervalo.
Não vamos correr para chamar isso de um blowout ou estouro, que significaria que a dinâmica do mercado deve reverter a queda do dólar, já que não houve um rompimento decisivo de baixa. No entanto, esta desvalorização demonstra fraqueza, tanto para o padrão como para o dólar. Se identificarmos um movimento claro de baixa, vamos olhar para a mínima de maio em busca do suporte. O rompimento desse nível pode indicar um Topo Duplo. Por enquanto, ainda nos mantemos bullish porque a tendência de alta segue intacta, especialmente depois que o dólar registrou uma nova máxima no dia 13 de junho.
Tudo isto demonstra um mercado que não tem certeza de como agir. Então, como nós agiremos? As orientações abaixo podem ajudar a determinar a melhor atitude com base na sua aversão ao risco.
Estratégias de negociação
Os investidores conservadores devem esperar pela reconciliação da tendência, com uma nova alta ou um topo duplo.
Os investidores moderados podem arriscar uma posição comprada com um rompimento de alta, ou entrarem vendidos com um topo duplo.
Os investidores agressivos podem entrar numa posição longa contrária, contando com a natureza inerente presumida da flâmula e da tendência de alta, especialmente do ponto de vista de risco-recompensa, considerando como o preço está próximo do fundo dessa faixa. Segue abaixo um exemplo genérico de negociação:
Exemplo de negociação - posição longa agressiva
- Entrada: 104,00
- Stop-Loss: 103,75
- Risco: 25 pips
- Meta: 108,00
- Recompensa: 400 pips
- Taxa Risco-Recompensa: 1:16
Nota: Este é um exemplo de negociação genérico. As suas chances vão melhorar exponencialmente quanto mais seu plano refletir seu timing, orçamento e temperamento. Por exemplo, um investidor pode aumentar o stop loss para levar em conta a alta volatilidade (whipsaws), mas para também aumentar a sua exposição. Use nossos exemplos para praticar, mas desenvolva o seu estilo. Um investidor pode ter um objetivo mais curto a fim de aumentar as chances de realizar lucros mais cedo. Boas negociações!