O bitcoin pode registrar sua pior liquidação semanal sucessiva desde que atingiu o topo em meados de maio. A maior criptomoeda por capitalização de mercado está sendo negociada acima da mínima do dia, que estava abaixo de US$56 mil, fazendo com que seu preço se distancie quase 20% da sua máxima histórica de 10 de novembro acima de US$68.000.Também pode estar em direção aos seus piores níveis desde 20 de outubro.
Após um prolongado rali, os investidores estão agora vendendo a cripto após reportagens na semana passada indicarem que “credores da falida exchange (bolsa) de criptos Mt Gox podem liquidar seus pagamentos”.
A alta de hoje pode indicar que a liquidação acabou e que correções são oportunidades de compra? Acreditamos que não, com base nos gráficos técnicos.
O BTC está repicando hoje após ter concluído uma flâmula baixista e cair cerca de 16% no espaço de cinco sessões.
A flâmula, entretanto, pode não satisfazer analistas técnicos puristas. Pode ser que eles exijam pelo menos dois toques no fundo do possível padrão. Se a dinâmica das negociações entre 17 e 21 de novembro, que atende ao requisito mínimo de 5 dias, merece a designação de flâmula ou não, acreditamos que a ação dos preços terá uma dinâmica similar.
Primeiramente, é preciso lembrar que o bitcoin não é um ativo tradicional. Dessa forma ele requer regras próprias. Embora ainda não exista um livro-texto sobre a classe de ativos, a experiência de observar o volátil comportamento do bitcoin nos permite formar uma opinião sobre a psicologia das negociações em jogo.
Por isso, existem evidências que dão suporte à nossa tese de flâmula nas negociações recentes:
- Uma flâmula requer um forte movimento anterior, quase em linha reta. Cerca de 16% em apenas cinco sessões satisfaz esse requisito.
- O volume anterior era elevado, mas durante a consolidação sofreu uma queda e, depois, voltou a subir no rompimento, um comportamento clássico de volume em uma flâmula genuína.
- A flâmula se desenvolveu justamente na mínima anterior a US$57.612, registrada em 28 de outubro. Esse nível técnico gera a condição necessária para uma luta entre ursos e touros, que estabelece a flâmula.
- A flâmula se formou quando a média móvel de 50 dias acompanhou o preço pela primeira vez desde que cruzou para cima a média móvel em 1 de outubro.
- Por fim, o padrão de continuação se formou justamente no fundo do canal ascendente.
Os últimos dois pontos reiteram o ponto 3: quando o ativo alcança um ponto de discórdia de preço, tende a se consolidar, uma interrupção na tendência subjacente. Dado que a natureza da flâmula é ser um padrão de continuação, nossa expectativa é que o rompimento ocorrerá na mesma direção da tendência precedente. Acreditamos que isso já tenha acontecido na segunda-feira.
Ainda que ocorra mais uma pernada de baixa, será considerada temporária neste momento. A formação de topos e fundos descendentes é para o curto prazo. No gráfico semanal, a tendência de alta segue firme.
Vamos agora medir o movimento antes da flâmula, uma vez que deve repetir no outro lado. Do topo da atividade no dia 15 de novembro ao fundo do movimento em 19 de novembro há um espaço de US$10.650. Uma repetição desse movimento faria com que a moeda digital perdesse o patamar de US$48.000.
Se o movimento fizer com que o bitcoin despenque para esse nível, violaria também o canal de alta mais lento (amarelo). Mas ainda não chegamos lá. Até que o nível seja rompido, nossa expectativa é que o fundo do canal ascendente mantenha a tendência de alta.
Estratégias de negociação
Traders conservadores não devem entrar em operações contrárias à tendência de longo prazo.
Traders moderados devem aguardar o preço fechar abaixo do canal ascendente mais rápido (verde), bem como aguardar um preço mais próximo do padrão, a fim de reduzir a exposição.
Traders agressivos podem vender a qualquer momento, desde que considerem a possibilidade de retorno para a flâmula. Por isso, é fundamental ter um plano de negociação coerente. Apresentamos a seguir um exemplo:
Exemplo de operação
- Entrada: US$58.000
- Stop-Loss: US$60.000
- Risco: US$2.000
- Alvo: US$52.000
- Retorno: US$6.000
- Relação risco-retorno: 1:3