Publicado originalmente em inglês em 04/08/2020.
Os ursos estão à espera da matança em níveis de preço mais baixos, enquanto os touros se preparam para mais um ataque em patamares superiores. Entre eles, outro fato interessante está acontecendo na cotação do ouro: os fundos do mercado estão ficando mais altos, o que indica que uma recuperação iminente pode estar a caminho, e não uma correção mais profunda.
Desde sexta-feira, os contratos futuros do ouro na COMEX têm registrado fundos mais altos, saindo de US$ 1.960 para US $1.963,50 por onça na segunda-feira, e US$ 1.977,20 na terça-feira.
“Essa série de mínimas mais altas perto do suporte, em conjunto com a resistência horizontal, está formando um triângulo ascendente, muito similar ao registrado há algumas semanas”, afirmou James Stanley, estrategista independente de metais preciosos, em um artigo publicado no site Daily FX na terça-feira.
Sinais de alta na extremidade inferior
Stanley afirmou que essas formações geralmente levam a rompimentos altistas, “graças à expectativa de continuidade da força responsável por gerar mínimas ascendentes, eventualmente provocando o rompimento do nível de resistência horizontal”.
Por isso, embora a resistência tenha se mantido abaixo de US$ 1.990 no contrato de outubro na COMEX, as mínimas mais altas permitem traçar uma linha de tendência de alta no gráfico abaixo, o que está ajudando a impulsionar o movimento, observou Stanley.
Isso “sugere uma diminuição do impacto” nas mínimas, embora o ônus do rompimento ainda recaia sobre os touros, esclareceu Stanley.
O analista complementou:
“A resistência tem mostrando sinais de pressão em vista das recentes máximas mais altas, inclusive logo após a abertura das negociações desta semana, o que sugere que a defesa do patamar de US$ 1980,00 pode não durar muito tempo."
“Um pouco acima da resistência atual está o importante nível psicológico de US$ 2.000 que, se for testado, levanta a questão natural sobre a sustentabilidade da tendência de alta. Esse pode ser um ponto mais difícil de projetar no momento, pois os preços do ouro continuam sobrecomprados a partir de vários pontos de vista".
Alvo continua acima de US$ 2000
Christopher Lewis, outro grafista independente do ouro que escreve para o site FX Empire, afirmou que o metal amarelo deve ir além dos US$ 2000. Alguns investidores podem levar tempo para se acostumar com a ideia, mas, “se tivermos um fechamento diário acima desse patamar, provavelmente é um sinal de continuidade.”
Lewis disse ainda:
“Tudo permanecendo como está, não existe absolutamente nada no gráfico que sugira, ainda que remotamente, qualquer pressão vendedora no ouro. Por isso, a questão não é assumir posições de venda mais longas, e sim determinar se a compra deve ser feita agora ou em preços mais baixos”.
Yohay Elam, analista do ouro que contribui para o site FX Street, observou que o dólar e o ouro estavam em modo de pausa, aguardando os dados de emprego nos EUA na sexta-feira para uma leitura incisiva do estado da recuperação econômica norte-americana a partir dos distúrbios da covid-19.
Os dados das folhas de pagamento não agrícolas de maio e junho mostraram uma vigorosa recuperação dos empregos nos EUA em meio à pandemia, graças à metodologia revisada do Departamento de Trabalho. Embora a expectativa para o último relatório de julho fosse uma adição de 1,6 milhão de empregos, os analistas diziam que ele poderia surpreender para uma alta novamente, o que daria mais força ao dólar.
Mais ventos contrários para o dólar após dados de emprego nos EUA
Outros dizem que o Índice Dólar, que compara a moeda americana contra uma cesta de seis divisas concorrentes, enfrentará mais ventos contrários após o fim da semana.
“De maneira geral, o dólar continua em modo 'caiu, comprou’ no curto prazo”, afirmou Jeffrey Halley, analista sênior de mercado da OANDA, em Nova York.
O analista complementou:
“A ação dos preços no cenário mais amplo, entretanto, parece indicar uma correção capaz de dar início a um mercado de baixa de mais prolongado. A hesitação da recuperação global, os rendimentos reais negativos dos títulos americanos, os déficits fiscais multitrilionários, a injeção de liquidez sem fim do Federal Reserve e as preocupações com a incerteza provocada pela covid-19 contribuem para a força do dólar.”