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Giro das Commodities: Milho barato ficará vistoso nas margens dos frigoríficos

Publicado 16.02.2024, 10:00
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No dia 15 de fevereiro de 2023, a saca de milho no Rio Grande do Sul estava sendo vendida a R$ 95 de média. Ontem, um ano depois, estava valendo entre R$ 57 e R$ 58.
 
Mesmo que no caso particular do estado o valor do ano anterior estava um pouco mais acima do que mais ao Norte, pois vivia uma seca, ainda assim a desproporção de preços para o presente era bem vistosa no Brasil todo. 
 
Só essa baixa do insumo, que ainda vai se juntar ao farelo de soja com preço se ajustando para baixo na medida em que o grão não anda em Chicago, é suficiente para os frigoríficos sentirem recuperação de margens. Temporada brasileira folgada de grãos nas contas do USDA e da Argentina melhor ainda.
 
Ração é o principal fator de custo da produção de carnes, só perdendo para os investimentos em reposição de plantéis – só que este é mais sazonal por ciclos.
 
Os balanços do quarto trimestre de 2023 já deverão apresentar algum resultado por esse viés operacional. Mas, no 1T23 ficará mais evidente.
 
Se assim não se conduzir para BRF (BRFS3 (BVMF:BRFS3)), JBS (BVMF:JBSS3) (JBBS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BVMF:BEEF3), entre os listados na B3 (BVMF:B3SA3) – além de pesos pesados que estão fora da Bolsa, como Aurora e Frigol, e inúmeros outros frigoríficos Brasil afora -, é porque alguma coisa fizeram de errado.
 
Não comprando no momento de baixa, por exemplo. Mas é muito difícil que isso possa ter acontecido, especialmente para a dona da Sadia e Perdigão, e para a Seara da JBS, cuja produção integrada de suínos e aves com custo menor é parte que mais influi na precificação do negócio.
 
Vale (BVMF:VALE3) dizer que ainda por cima estão carregando estoques do ano passado, depois da safra cheia de inverno brasileira – o milho, por exemplo, caiu mais de 20% em média em 2023, contra 2022, segundo o Cepea.
 
O caso do exemplo gaúcho, exemplificado no início, a partir da informação de Valdecir Folador, presidente da ACSURS (suinocultores do estado), ainda pode ser completada a favor dos grandes grupos citados.
 
Os granjeiros independentes, se tivessem como, estariam mais estocados, comprando até mais do que já estão se preparando para atravessarem o primeiro semestre, ainda que as custas de carregarem capital. Para as integradoras, com o peso de mercado, não é problema, inclusive nem precisam carregar estoques físicos. 
 
E as vendas estão indo bem nesse início de ano – e não estão sendo diferentes com as aves -, inclusive com exportações surpreendendo ante sazonalidade de baixa, disse Folador. A carne bovina enfrenta forte concorrência.
 
Custos mais leves e vendas melhores soam bem para os Ebitdas.

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