Sem a quarta-feira oferecer surpresas nas previsões de manutenção dos juros nos Estados Unidos, apesar do que vai valer é o comunicado e fala de Jerome Powell na sequência ante o payroll da sexta e a inflação ao consumidor (CPI) amanhã, o fluxo de dólares nos mercados entrando em modo slow para a pausa de fim de ano não será mal negócio para a soja.
Embora essa classe de ativos tenha um pé mais fundo no trade físico, que segue porque a China não festeja nada, apesar da relativa parada nas origens, os especuladores institucionais – os fundos - estão em todos os mercados.
Um pouco menos de liquidez pode gerar distorções nas cotações, como também ocorre no financeiro, mas na volta desse ‘recesso’ e com a realidade dos fundamentos em nova fase, o apetite para o risco deve crescer.
A soja aguardava o relatório de oferta e demanda globais do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que saiu com o corte tímido para o Brasil, de 161 milhões de toneladas, mas a entrada de janeiro poderá apontar para novas previsões pessimistas de oferta, segundo se espera em 10 entre 10 produtores.
As esperanças são de que os dados conservadores, incluindo os da Conab e de algumas consultorias de peso mundial, como a StoneX, sejam bem enxugados pela quebra rigorosa aguardada e cheguem ao WASDE de janeiro, tracionando os preços do grão.
E novas investidas dos chineses tanto aqui nos EUA, que estão carregando as cotações nesta segunda (11), podem dar mais suporte aos preços, como avalia o consultor Vlamir Brandalizze. E o USDA ainda aumentou em 2 milhões a demanda da China, para 102 milhões/t.