Como os ventos do mercado financeiro vão soprar para os derivativos agrícolas?
No raiar de 2024, não parece nada mal para os primeiros meses, ao menos.
Não existe previsões que se afirmem irreversíveis, inclusive para derrubarem o pessimismo, haja visto os erros de 2023. Lembram-se que este ano seria de debacle, com a irremediável recessão dos Estados Unidos, e se agravaria com o conflito entre Israel e palestinos? Não rolou.
Se não foi brilhante, também não se joga fora. Vale (BVMF:VALE3) inclusive para a economia brasileira, fazendo um parêntese aqui.
A razão de que poderá haver mais dinheiro em circulação nos mercados, irrigando os portfólios, com certeza está mais clara neste final de ano como não aconteceu ao final de 2022.
Mesmo que não fique visível nas cotações das commodities, especialmente porque os fundamentos escondem esses movimentos – salvo em momentos muito pontuais.
Os sinais são de que os investidores institucionais precisarão diversificar mais suas posições para melhor remunerar o capital. Apesar de a renda variável do mercado acionário ser uma forte concorrente, a falta de apelo dos Títulos nos Estados Unidos e a curva de baixa do dólar são tabelas que avisam que haverá mais recursos disponíveis.
Os bonds de 10 anos perderam mais de 1 mil pontos desde 18 de outubro – 3,900 nesta segunda (18) – e pela mesma comparação mensal a divisa DXY (index) perdeu a força que a parceria mover para 110 pontos, estando em 102.
À frente, há o Federal Reserve sem adicionar alarme à observação meio dovish vista pelo mercado, independente de ainda balançar as apostas de que a redução dos juros aconteça entre março ou maio.
O recente payroll mais musculoso, como 190 mil vagas, não mudou. E não se aguarda que a revisão do PIB do 3T23 possa mudar, nem tampouco o 4T23, mesmo se a inflação permanecer sem perder muito impulso mais forte.
E China e União Europeia (UE)?
Podem dizer o que quiserem sobre esse ‘vai da valsa’ chinês, mas a verdade que o mundo já está se adaptando e o mercado financeiro não está colado ao gigante da Ásia. Cerca de 5% do PIB em 2024, como em 2023, não piscam nas telas.
Quanto aos europeus, 2023 foi outro ano que mal deu estatística em Wall St. Não será diferente em 2024, com o Banco Centrou Europeu (BCE) relutante em soltar juros temendo por inflação enquanto novamente o fantasma de recessão ronda a região.