O dólar, aqui e no externo, poderá ser uma linha a seguir importante para os vendedores internacionais de mercadorias agrícolas.
Mesmo que sofra ajustes nesta sexta (1) e nas próximas sessões, a divisa pode funcionar a favor de algumas commodities.
Grãos ‘duros’, como soja e milho – principalmente o primeiro, que deve ter pressão de fundamento -, e a ‘soft commodity’ café, entre os casos.
No Brasil, a moeda fechou em queda de 2,50% em novembro, mas vem de dois dias de valorizações, muito mais empurrada por compras de fundos e multinacionais que remetem mais recursos às suas origens neste período do ano, do que por algum viés de aversão ao risco.
O Ibovespa ontem completou o rali de novembro com mais 0,92% (127,3 mil pontos) e os juros DI cederam.
Se o Jerome Powell, chair do Federal Reserve (Fed), não estragar a ‘festa’ com a fala esperada de hoje, a tendência é Nova York abrir dezembro em alta e dólar index em recuo. Por ora, parece que a expectativa gira em torno de um tom ameno, mantendo a expectativa de pouso suave em março.
Para os dois ativos negociados em Chicago (CBOT), o real mais fraco atrai mais compradores, que ainda se aproveitam do forte recuo das cotações da soja na véspera e a que segue nesta hora, quando perde mais de 15 cents de dólar para liquidação em janeiro (US$ 13,27 0 bushel).
Os exportadores podem ir atrás do câmbio, antes que as cotações sigam renovando baixas. A umidade está voltando ao Centro-Oeste e vai dando ânimo ao plantio e replantio da soja, a despeito dos alertas de novos cortes de produção que consultorias brasileiras estão apontando – agora para cerca de 155 milhões de toneladas.
Mas, como sempre se diz, quem manda no preço mesmo é o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que deve dar novo rumo ao mercado quando lançar seu relatório de oferta e demanda global de dezembro.
O do mês passado, já em plena crise climática brasileira, foi conservador em 163 milhões/t.
No caso do café, nos futuros da ICE, Nova York, o rumo da alta se intensifica com o dólar mais forte aqui e mais fraco lá fora.
O grão da bebida disparou mais de 7% na quinta – está levemente em alta agora, em torno de 0,26% (março, 182,10 c/lp) -, contando com menores estoques certificados na bolsa internacional, mudanças nesse sistema de certificações e alertas sobre a próxima contabilidade da safra brasileira.
Depois da onda de calor, foi tirado um pouco do sossego da temporada 23/24 sob promessa de ser forte.