Qualquer produtor reconhece que safras gordas são pessimistas para os preços, quando ainda se conta com ofertas de outros lugares. A expectativa é que sempre a demanda vai enxugar e os volumes maiores vão compensar, inclusive o custeio.
No contrário, diante de safras mais magras, não restaria dúvidas quanto às cotações. Elas ‘teriam’ que subir, até com procura nada demais.
Nem sempre funciona desse jeito nos mercados futuros – ou nunca, enquanto não se ‘risca o chão’.
Isso somente ocorre quando o trade físico mostrar definitivamente se tem menos ou mais matéria-prima. Antes disso, as mesas operadoras institucionais se movimentam com lastro somente nas suas posições, sopesando câmbio e o resto de suas carteiras que incluem ativos de todas as classes.
No cenário atual, com o Brasil no centro, pode ser que se caminhe para a situação ficar mais cristalizada, na direção do ‘tem’ que subir, se se confirmar ao menos mais duas semanas tórridas e de chuvas mais limitadas ainda, conforme a maioria dos meteorologistas.
Até agora ainda o mercado balançava na dúvida, exposta sobretudo pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em reduzir pouco as projeções para as safras brasileiras – o café, ao menos, ainda tem a régua da Organização Internacional do Café (OIC) para contrabalançar.
O USDA, para a oleaginosa, foi visto como modesto em aparar apenas 2 milhões de toneladas a oferta do Brasil, para 161 milhões/t, contra a previsão de novembro, mas os rumos da alta dos últimos dois pregões em Chicago começam a embaralhar, embora haja um apoio dos derivados, como nesta (12).
No café, o padrão parece o mesmo, apesar de passar do realização de lucro nesta passagem da ICE, Nova York.