Embora as áreas de risco pessoal, profissional e de investimentos possam parecer distintas, elas estão intimamente ligadas. Um evento inesperado em uma dessas áreas pode impactar diretamente as demais. Por exemplo, a perda de emprego (risco profissional) pode comprometer a capacidade de continuar investindo ou até mesmo obrigar a retirada de aplicações, o que impacta o planejamento financeiro e o fundo de emergência (risco pessoal ou doméstico).
Muitas pessoas que decidem fazer seus primeiros investimentos e se aventurar no mercado financeiro, seja em busca de uma independência financeira de longo prazo ou de um ganho de curto prazo, observam apenas os riscos inerentes às operações a que estão expostas — crédito, liquidez, mercado. Porém, existem riscos que vão além do mercado financeiro, que impactam diretamente nossa carteira de investimentos.
Pensando no grau de importância, quando elaboramos um bom planejamento financeiro, primeiro cuidamos das contas pessoais, com receitas e despesas devidamente equilibradas, depois, fazemos uma boa gestão de risco — seguro de vida, plano de saúde, entre outros. Em seguida, pensamos em nossos investimentos focados no futuro e, somente depois, na aquisição de bens e consumo.
Gestão de risco e meus investimentos
Mas o que meus investimentos têm a ver com um plano de saúde, seguro de carro ou seguro de vida? Basicamente tudo. Quando você monta uma carteira de investimentos, ela tem que ter um objetivo e um propósito claros; se não, você está navegando sem rumo. Independentemente de seu objetivo, o propósito da sua carteira é buscar aquele valor financeiro, correndo mais ou menos riscos. Cabe a você escolher onde vai alocar. Agora, e se, por alguma eventualidade, você tiver que desmontar essa carteira e resgatar antecipadamente seus ativos?
Aspectos domésticos e profissionais
A gestão de risco na vida pessoal envolve planejar para imprevistos e proteger a si mesmo e sua família contra eventuais situações adversas. Isso inclui desde acidentes e problemas de saúde até perdas financeiras. Alguns aspectos que devemos considerar são:
1. Aspectos profissionais
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Perda de emprego;
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Incapacidade temporária ou permanente;
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Responsabilidade civil profissional.
2. Aspectos domésticos
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Morte do provedor principal;
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Doença grave ou acidente;
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Danos materiais.
Assim, para cada risco, podemos pensar em uma ferramenta diferente. Para danos materiais, por exemplo, temos seguro de carro e residência; para doenças, usamos planos de saúde; para perda de emprego, uma reserva de emergência. Estes são alguns exemplos que podemos usar para projetar os riscos a que estamos expostos.
No Brasil, cerca de 24% dos brasileiros contam com plano de saúde, segundo dados de janeiro de 2024 da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Em contrapartida, 60% dos americanos contam com plano de saúde. Isso demonstra a preocupação com a gestão de risco em países mais desenvolvidos.
A gestão de risco, seja na vida pessoal, profissional ou no campo dos investimentos, não deve ser vista como um processo isolado. É preciso uma abordagem integrada e equilibrada que leve em conta todos os aspectos da vida. Ao identificar, mitigar e monitorar os riscos, é possível garantir a continuidade do planejamento, evitar dívidas e juros e proteger os investimentos, mantendo uma trajetória de crescimento sustentável em todas as áreas.