O setor agropecuário brasileiro tem o enorme e importante desafio de garantir a segurança alimentar do Brasil e também da população mundial. Essa segurança alimentar deve ainda ser alcançada de forma sustentável, necessidade atualmente imperativa frente ao esgotamento do planeta. Diversas práticas têm sido progressivamente adotadas, visando a mitigar ou eliminar o uso excessivo (frente ao ótimo) de recursos naturais pela produção agrícola.
Sendo crescente a preocupação quanto ao aumento na utilização de áreas para a produção agrícola, o ganho de produtividade da terra torna-se um instrumento-chave para economizar esse recurso. Nesse sentido, estudo divulgado hoje pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, busca mensurar a contribuição da produtividade para a geração de PIB ou agregação de valor pela atividade, em oposição à contribuição do aumento de área.
O foco de pesquisadores do Cepea neste primeiro material foi o milho. De 2001 a 2020, a cultura do milho gerou PIB de R$ 715 bilhões, em termos reais, aqui considerando-se apenas “dentro da porteira”. Desse valor, os pesquisadores do Cepea estimaram que R$ 360 bilhões vieram exclusivamente da produtividade. Ou seja, o ganho de produtividade representou 50,4% de todo o PIB gerado pelo milho no período, sem depender de aumento de área.
Pesquisadores do Cepea reforçam que essa informação mostra que a cadeia do milho tem contribuído com grande competência, por meio de seus diferentes atores, para o enorme desafio imposto ao agronegócio de ampliar a produção de forma sustentável.