Em um movimento descolado dos fundamentos do mercado, que nos últimos três anos sinalizam situação de déficit de oferta, os futuros do café sofreram grandes perdas nesta semana. O forte recuo foi influenciado pelo tombo nos preços internacionais do petróleo, que impactou negativamente grande parte das commodities.
Na Bolsa de Nova York, em um mercado que já está sobrevendido para café, também há indicativos de que os fundos voltaram a aumentar suas posições vendidas no contrato C.
O real fraco ante a moeda norte-americana também pesa negativamente sobre as cotações internacionais do café. Ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 3,3355, com alta de 1,5% em relação ao fechamento da semana anterior. O câmbio continua afetado pela cautela dos investidores frente ao cenário político brasileiro.
Em relação aos trabalhos de colheita no Brasil, a Somar Meteorologia prevê, para os próximos cinco dias, chuva fraca e frequente sobre a Zona da Mata, Espírito Santo e sul da Bahia. Nas outras regiões cafeeiras (sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro, São Paulo e Paraná), predominará tempo seco.
Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, ontem, a US$ 1,165 por libra-peso, registrando forte queda de 945 pontos em relação ao fechamento da semana passada e retornando aos menores níveis em 15 meses. O vencimento setembro do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, fechou a US$ 2.030 por tonelada, acumulando desvalorização de US$ 95 na comparação com a última sexta-feira.
A forte retração das cotações internacionais do café provocou recuo dos preços no mercado físico nacional. Os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 424,37/saca e a R$ 399,87/saca, respectivamente, com perdas de 6% e 4,5%, em relação ao fechamento da semana anterior.