Os contratos futuros do café despencaram no mercado internacional nesta semana, pressionados pela valorização do dólar. Segundo analistas, nem mesmo o rompimento de importantes médias-móveis atraiu os fundos para realizarem aquisições, pois parecem demonstrar que o custo de carregar posições compradas não faz sentido econômico em meio à possibilidade de oferta elevada em 2018.
Os quatro pregões na Bolsa de Nova York tiveram fechamentos negativos nesta semana, à medida que a ocorrência de chuvas em áreas produtoras no Brasil e avaliações de exportadores de que a safra nacional pode surpreender – fato que o CNC discorda devido à precocidade para se prever algo para 2018 sem mesmo ter iniciado o período de floradas e ao comportamento do clima nesse estágio – levaram investidores a continuar se desfazendo de posições.
Na ICE Futures US, o vencimento setembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,2845 por libra-peso, com queda de 1.185 pontos em relação ao fechamento da semana passada. Na ICE Futures Europe, o vencimento setembro do contrato futuro do robusta fechou a US$ 2.062 por tonelada, acumulando perdas de US$ 77.
A Climatempo informa que novas áreas de instabilidade se formam a partir de sábado, 19 de agosto, sobre a maior parte do Paraná, provocando precipitações, com o acumulado podendo chegar a 70 milímetros no noroeste e no extremo leste do Estado. O serviço de meteorologia também alerta que permanecem as condições de chuva para oeste, centro-sul e leste de São Paulo, extremo sul de Minas Gerais e sul do Rio de Janeiro, com os volumes variando entre 30mm e 70mm nessas localidades.
O dólar comercial, apesar da preocupação com o cenário político nos Estados Unidos e o atentado terrorista em Barcelona, na Espanha, que levou investidores a buscarem ativos mais seguros, manteve a tendência de alta frente ao real. Ontem, a divisa norte-americana foi cotada a R$ 3,1785, ainda com avanço de 0,1% ante desempenho da sexta-feira anterior. Em relação ao Brasil, os investidores demonstram cautela frente à deterioração fiscal e às incertezas sobre a aprovação da reforma da Previdência no Congresso.
No mercado doméstico, os preços acompanharam o desempenho negativo das bolsas internacionais, desestimulando ainda mais as negociações, que permanecem travadas. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e robusta situaram-se em R$ 450,61/saca e a R$ 407,15/saca, respectivamente, com variações de -4,9% e -0,4% na comparação com o comportamento da semana antecedente.