Influenciados principalmente pela valorização do dólar ante o real, os futuros do arábica devolveram os ganhos acumulados no início da semana, encerrando o pregão de ontem com significativas perdas.
No Brasil, a moeda norte-americana encerrou a quinta-feira a R$ 3,1472, com alta de 0,4% em relação ao fechamento da semana anterior. O comportamento da divisa seguiu em linha com o índice externo, que se valorizou frente à preocupação dos investidores com o cenário geopolítico internacional. No âmbito doméstico, a agenda das reformas da previdência e trabalhista também exerceu influência sobre a precificação do câmbio.
As condições climáticas seguem favoráveis ao desenvolvimento das lavouras cafeeiras do Brasil. Segundo a Somar Meteorologia, para a próxima semana estão previstos baixos acumulados, com má distribuição espacial, sobre as áreas produtoras do Sudeste. Porém, a Climatempo avalia que as chuvas, embora irregulares, serão mais que suficientes para manter a umidade do solo em nível adequado ao bom desenvolvimento dos cafezais.
Por outro lado, a combinação de chuvas e altas temperaturas nos últimos meses contribuiu para o avanço da ferrugem. A Fundação Procafé alertou para a necessidade de monitoramento e controle da infestação de ferrugem nos cafezais da Mogiana e do Sul de Minas, onde o índice encontra-se 7% acima da média do período. A última pulverização antes da colheita, com fungicida sistêmico específico, deve ser realizada até o final de abril.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informou que a colheita do conilon no Espírito Santo começou efetivamente nesta semana. O clima foi um pouco mais favorável ao desenvolvimento da safra, de forma que menos grãos verdes têm sido necessários para o preenchimento de uma saca beneficiada e grande parte dos cafés precoces tem sido classificada como peneira 13 acima. Em Rondônia, mesmo com a continuidade das chuvas, a colheita avança sem maiores problemas e os grãos apresentam boa qualidade.
Na ICE Futures US, o vencimento julho do Contrato C foi cotado, na quarta-feira, a US$ 1,4065 por libra-peso, com queda de 60 pontos em relação ao fechamento da semana passada. O vencimento julho do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 2.174 por tonelada, sem alterações significativas frente à última sexta-feira.
O mercado doméstico seguiu com baixa liquidez no spot. Vendedores continuam retraídos já que os preços encontram-se aquém das suas expectativas. Também há retenção na ponta compradora devido ao avanço da colheita nas regiões produtoras de conilon. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e robusta foram cotados, ontem, a R$ 468,37/saca e a R$ 410,89/saca, respectivamente, com variações de -1% e -0,9%, em relação ao fechamento da semana anterior.