A música “All I Want For Christmas Is You” da cantora Mariah Carey começou a tocar pelos shoppings nos Estados Unidos trazendo consigo o clima das festas de fim de ano — inclusive estou escutando agora enquanto escrevo para você.
Você sabe que os FIIs de shopping foram bastante prejudicados com as medidas de restrição ao funcionamento do comércio e à circulação de pessoas para conter a Covid-19. Mas com a chegada do fim de ano, será que esses fundos podem recuperar parte da forte desvalorização das cotas dos últimos tempos?
Avalio que os shoppings vêm sendo beneficiados com a reabertura econômica no Brasil, e alguns fundos já têm retomado os patamares de vendas do final de 2019.
Contudo, o investidor não deve aplicar seu patrimônio nesses FIIs olhando exclusivamente para a sazonalidade das vendas de fim de ano, mas sim considerar também as projeções para o futuro.
Vale a pena investir nos fundos de shopping agora?
No curtíssimo prazo, as vendas de fim de ano – como na Black Friday e no Natal – são importantes, mas acabam representando pouco valor.
— Como assim, Marx?
De forma bem resumida, você precisa entender que shopping é varejo; varejo depende de consumo; consumo depende de duas principais variáveis: disponibilidade de renda e de crédito.
Do ponto de vista de crédito, estamos vendo uma alta intensa nas curvas de juros, o que, por sua vez, acaba encarecendo o crédito ao consumidor. E, do ponto de vista de renda, observamos a renda real da média da população bastante comprimida por conta da inflação e da taxa de desemprego que permanece elevada.
Para 2022, o cenário é preocupante. Inflação alta com baixo crescimento sinaliza a possibilidade de termos estagflação no próximo ano. São inegáveis os impactos no setor varejista e no segmento de shoppings. Então são pontos para serem monitorados – com cautela e seletividade.
Dois fundos para estar no seu radar em 2022
Quais fundos imobiliários considero interessante para entrar no radar dos investidores?
O primeiro é o HSI Malls (SA:HSML11), fundo (FII) focado na operação de cinco shoppings centers distribuídos em três estados do país. O fundo apresenta vacância baixa no momento e possibilidade de expansão em alguns ativos que integram o seu portfólio. Vale ressaltar também que os imóveis do HSML têm se mostrado resilientes e o preço de negociação está bastante atrativo frente aos pares.
O segundo é o XP Malls (SA:XPML11), cujo portfólio de imóveis é de muita qualidade, pois é focado principalmente nas classes A e B, que tendem a sofrer menos em momentos de crise. Logo, tem apresentado uma recuperação mais rápida em comparação aos demais fundos de shoppings.