O mercado financeiro está repleto de fundos de investimentos. São cerca de 10 classes existentes e milhares de gestoras somente aqui no Brasil. Mas no meio deste mar de opções, o que o investidor precisa considerar? É sobre isso que vamos conversar hoje neste artigo.
Em primeiro lugar, vale uma breve introdução para que não entende do assunto. Os fundos de crédito privado basicamente investem em títulos emitidos por bancos e empresas - eles precisam ter pelo menos 50% do patrimônio alocado neste tipo de ativo.
E assim como acontece com os títulos públicos, as aplicações podem ser prefixadas (quando a rentabilidade é sabida de antemão), pós-fixadas (quando o rendimento acompanha algum índice de referência como a Selic e o CDI) ou híbridas (onde temos uma taxa prefixada + um índice de referência).
Entre os tipos disponíveis no mercado, podemos destacar as debêntures, CRIs e CRAs. Além disso, vale ressaltar que é possível fazer aplicações nesta modalidade sem necessariamente contar com a ajuda de uma gestora. Qualquer pessoa pode adquirir os títulos diretamente no sistema da corretora, no mercado secundário. Porém, se você começou a investir agora talvez a melhor saída seja escolher um fundo.
Contudo, quais as vantagens e riscos envolvidos neste tipo de operação? Em primeiro lugar, há de se lembrar que se trata de um investimento em uma empresa privada e a deterioração da economia torna este tipo de aplicação mais arriscada.
Neste caso, é preciso que o gestor ou investidor pessoa física faça uma análise detalhada da empresa como um todo e avalie o histórico de pagamento. Em geral, grandes companhias não oferecem riscos consideráveis de calote, mas é preciso ficar atento, principalmente aos ratings, que são as notas de crédito dessas companhias.
Elas vão dizer o quanto aquela empresa pode honrar ou não os pagamentos para os credores, que no caso é você, investidor, que comprou o título.
Falando especificamente de um fundo, é preciso avaliar as rentabilidades passadas e a tese do gestor responsável para saber se a estratégia dele é compatível com a sua tolerância a perdas.
Se você tem perfil mais conservador, esta pode não ser a melhor opção, já que títulos de crédito privado oscilam de acordo com oferta e demanda, além de fatores externos da economia e questões internas de cada empresa.
Outro ponto importante diz respeito ao valor de investimento inicial. Em geral, os aportes tendem a ser elevados, excluindo, desta forma, pessoas que não possuem muito dinheiro disponível.
Mas e as vantagens? Bom, uma delas e a mais óbvia é a superioridade de rentabilidade na comparação com os Títulos Públicos. Sobretudo em um cenário de taxa Selic a 2%.
Por outro lado, o risco tende a ser reduzido nesta modalidade se comparado com a renda variável. Isto porque eles não estão expostos às frequentes oscilações da bolsa. Além disso, alguns oferecem garantias capazes de cobrir o investimento parcialmente ou de forma integral.
E é neste ponto que eu respondo à pergunta central do artigo. Quando vale a pena colocar o seu dinheiro em fundos ou papéis de crédito privado?
Para chegar a uma resposta, você precisa ter claro quais são seus objetivos, cenário do mercado e seu perfil. Como eu citei anteriormente, se você não tolera bem os riscos, esta não é a melhor opção. Neste caso, procurar títulos da renda fixa tradicional como CDBs, LCs, LCIs e Tesouro Direto pode ser a saída.
Desta forma, esta modalidade é mais indicada para investidores focados no longo prazo. A grande vantagem do crédito privado é que ao longo do tempo ele tem uma rentabilidade superior a renda fixa tradicional, já que este investimento envolve o risco de crédito e, portanto, a empresa precisa pagar um prêmio a mais para que a operação seja interessante.
É recomendado que os títulos de crédito privado façam parte de uma estratégia de diversificação de portfólio. Mas vale ficar atento! Se o rendimento não for superior ao de outras opções mais seguras, a melhor saída é adotar uma postura conservadora.
Se você ainda tem muitas dúvidas e sente insegurança, procure a ajuda de um profissional. E não se esqueça: estude e se mantenha sempre atualizado sobre o mercado.
Bons negócios!