👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Fuja da dívida privada, ou será o novo sacado

Publicado 03.09.2024, 13:30
CTNM4
-
BHIA3
-

Imagine aplicar em um investimento de renda fixa, com rendimento muito acima do CDI e que te dê toda a segurança do mundo para dormir tranquilo. Não é à toa que os fundos de investimentos em direitos creditórios crescem tanto no Brasil. Hoje a indústria soma mais de R$ 500 bilhões e anda a passos largos.

O que muitos não sabem, entretanto, é que estão dormindo tranquilos com a aplicação não porque ela garante a segurança que acreditam, mas por inocência. Ao fazer um aporte neste tipo de produto, os investidores estão emprestando seus recursos para financiar empresas que na grande maioria das vezes eles não conhecem, nunca ouviram falar e não tem ideia de sua situação financeira. 

Se as empresas conhecidas que entraram recentemente em recuperação judicial nos últimos meses, como Polishop, Coteminas (BVMF:CTNM4), SideWalk, Casas Bahia (BVMF:BHIA3), Supermercados Dia, quem dirá empresas menores, não auditadas, limitadas ou SAs de capital fechado com baixo acesso à informação? 

Mas, o que chama a atenção no momento é que, entre os ativos que compõem as carteiras dos FIDCs, crescem as operações do que o mercado chama de “risco sacado”. Já ouviu falar nesse termo? Lembra daquela varejista chamada Americanas?

Hoje quase 20% da indústria de FIDCs está focada no “risco sacado”, que consiste em operações de crédito garantidas por grandes empresas compradoras e bastante passíveis de fraude. De uma maneira simples, o fundo, com o dinheiro do cotista, financia um fornecedor de uma grande companhia antecipando os seus recebimentos em troca de juros. A garantia é que uma grande rede vai comprar deste fornecedor, e o pagamento dela será direto para o credor, no caso o fundo e em última instância, o cotista.

Mas e se o garantidor quebrar no meio do caminho, como foi o caso da Americanas? Este caso ilustra bem esse risco nebuloso e opaco das carteiras dos FIDCs e que, inclusive, fez os bancos fugirem do risco sacado. A fuga dos bancos abriu espaço para que novos fundos e gestoras surgissem, muitas delas sem nunca terem feito isto e sem qualquer conhecimento técnico ou histórico. Algo que os bancos têm de sobra.

Ora, se as maiores instituições financeiras fogem do risco sacado, por que as pessoas físicas devem acreditar que esse é um bom investimento?

Existem casos de consultorias de planejamento financeiro que recomendam o investir mais da metade da carteira em FIDCs e multimercado de crédito privado, sob o argumento de que oferecem estabilidade e uma performance superior ao CDI com riscos pulverizados.

Esta suposta falta de risco é um engano. Mesmo a aplicação em ações é menos arriscada que colocar recursos em crédito privado corporativo. Explico: no caso do mercado acionário, quando as ações caem, você pode realizar seu prejuízo e reaver parte do valor aplicado você na realidade, como investidor, tem uma parte do capital total da empresa. Mas quando empresta dinheiro e o credor não paga, esqueça todo o principal aportado. Ficará apenas a lembrança do calote.

Se o seu perfil é conservador, fuja desse tipo de armadilha e busque fundos com estratégia de proteção de capital e liquidez, seja para investimentos de curto ou médio prazo ou seja para previdência. Lembre-se que até fundos de renda fixa, ditos conservadores, também contêm crédito privado corporativo em seus portfólios e a própria regulamentação permite que eles tenham até 20% do seu patrimônio neste tipo de ativo arriscado.

No final é o cliente que não entende como o mercado repassa seus riscos que acaba tomando todo o risco de crédito das más operações que lhe foram ofertadas. E claro, sem ganhar o prêmio por estar assumindo este tipo de risco porque todo mundo na cadeia precisa antes tirar o seu.Cuidado com riscos desconhecidos que oferecem retornos acima do mercado. Afinal, em investimentos assim, o sacado é você.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.