Depois de subirem por cinco meses consecutivos e atingirem recordes reais em setembro, os valores médios da carne de frango se enfraqueceram em outubro. A pressão veio das vendas mais lentas, especialmente na segunda metade do mês. Ressalta-se que o preço médio da proteína em outubro ainda superou em mais de 20% o do mesmo mês de 2020, em termos reais, o que representa um alento ao setor avícola, que trabalhou com margens apertadas – e até negativas –, devido aos elevados custos de produção, especialmente os relacionados à alimentação e à energia elétrica.
Colaboradores do Cepea indicam que, apesar de o volume de negociação ter sido satisfatório em outubro, esteve mais fraco frente aos meses anteriores. Com o início da segunda quinzena, a demanda se desaqueceu e vendedores ficaram mais flexíveis nos valores de comercialização. Esses vendedores buscaram garantir a liquidez da carne e evitar formação de estoques, principalmente nesta aproximação de final de ano, quando geralmente a procura pela proteína de frango se reduz em detrimento de outras, tipicamente consumidas em período de festas.
No atacado da Grande São Paulo, o frango inteiro congelado foi negociado na média de R$ 7,95/kg em outubro, queda de 3,1% frente à do mês anterior, mas ainda 20,2% maior que a observada em outubro/20, em termos reais (deflacionados pelo IPCA de setembro/21). Para o frango resfriado, comercializado na mesma região, o recuo mensal foi de 3,2%, para R$ 7,97/kg, enquanto no comparativo anual houve alta de 22,8%. Para os cortes e miúdos, a situação foi similar. O filé de peito resfriado, comercializado na região da capital paulista, foi cotado à média de R$ 14,10/kg, recuo de 1% frente ao mês anterior, mas sendo ainda 50% maior que em outubro/20, também em termos reais. Já para a asa de frango, os preços de 2021 não superam os do ano anterior. Em outubro, a asa resfriada foi negociada na média de R$ 10,33/kg, recuos de 5,3% frente à de setembro e de 17,7% no comparativo anual.