O ritmo de negócios envolvendo carne de frango seguiu dentro da normalidade em julho, após as conturbações observadas em maio e junho – a greve dos caminhoneiros, no final de maio, acabou elevando os preços da proteína a patamares que não eram observados desde 2016. As cotações recuaram durante o mês passado, mas, segundo colaboradores do Cepea, as vendas registraram bons resultados, o que mostra que as desvalorizações aumentaram a liquidez no setor.
No atacado do estado de São Paulo, o frango inteiro resfriado teve preço médio de R$ 3,81/kg em julho, queda de 15,1% frente ao do mês anterior. Em Minas Gerais, a desvalorização foi de 7,7%, e o produto teve preço médio de R$ 4,51/kg no mês passado.
Mesmo com as quedas, os preços reais são maiores do que os de 2017, o que reforça a ideia de que o setor esteja com oferta e demanda mais ajustadas, uma vez que o ano anterior foi marcado por inúmeros descompassos e quedas expressivas de preço. Em São Paulo, a média de julho foi 5,3% maior que o valor real em julho/2017. Em Minas Gerais, o aumento foi de 8,9% (valores deflacionados pelo IPCA de junho/18).
PRODUÇÃO – Um dos fatores que tem colaborado para o equilíbrio do setor é a estratégia de controle de produção. Segundo dados da Apinco, em maio/18, 462,2 milhões de pintainhos de corte foram alojados, o menor número desde fevereiro de 2010, quando foi de 448 milhões de animais.
COMPETITIVIDADE – A proteína de frango registrou a menor desvalorização frente às duas principais concorrentes, suína e bovina, perdendo competitividade em julho. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína esteve apenas 1,30 real por quilo mais cara que o frango inteiro resfriado em julho, a menor diferença desde fevereiro de 2016, quando era de 1,19 real por quilo. Já na comparação com a carcaça casada bovina, o preço do frango foi 5,75 reais por quilo mais baixo no mês passado, também a menor diferença entre os produtos desde julho/17.