Desde os pintainhos até os cortes e miúdos, os preços internos de todos os produtos da avicultura de corte acompanhados pelo Cepea registraram forte incremento em março. A movimentação, que se acentuou na segunda quinzena do mês, esteve atrelada sobretudo à maior demanda externa. O crescimento da demanda externa, por sua vez, esteve relacionado ao conflito no leste europeu. Isso porque a Ucrânia, assim como o Brasil, é uma importante fornecedora mundial de carne de frango. Com o início dos conflitos, muitos compradores globais se voltaram ao Brasil.
Além do incremento na demanda, os elevados custos de produção – desde os insumos na criação de pintainhos, passando pela ração (milho e farelo de soja), até custos com transporte e da indústria (como combustíveis e energia elétrica) – levam agentes do setor a repassarem tais reajustes aos valores de venda de seus produtos, reforçando o avanço nas cotações. E, mesmo diante dos custos altos, parte dos avicultores tende a elevar a produção, atraídos pela demanda internacional aquecida. No mercado do frango inteiro, as valorizações foram registradas em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. No atacado do estado de São Paulo, o produto congelado teve média de R$ 7,06/kg em março, alta mensal de 17,7% e aumento anual de 10,4%, em termos nominais. O produto resfriado, por sua vez, foi comercializado na média de R$ 7,15/kg em março, valorização de 15,5% frente à de fevereiro e de 11,1% na comparação com março/21.