Do animal vivo aos cortes, os preços do frango devem continuar firmes em 2022, tendo como suporte a provável manutenção do ritmo aquecido das vendas da carne aos mercados doméstico e externo. Além disso, os custos de produção, sobretudo os relacionados à alimentação (milho e farelo de soja), devem continuar altos em 2022, o que, por sua vez, tende a ser repassado aos valores de venda do animal vivo e, consequentemente, da proteína. No Brasil, o consumo da proteína de frango deve ser incrementado pela conjuntura macroeconômica. Diante do baixo crescimento econômico (o Banco Central estima avanço de apenas 0,30% no PIB em 2022) e do consequente menor poder aquisitivo da população, a demanda pela proteína deve ser favorecida, tendo em vista que a carne de frango é tradicionalmente mais barata que as principais substitutas (bovina e suína). Inclusive, estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam que 50,8% do consumo da carne no Brasil em 2022 deverá ser exclusivamente de frango.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) indica que o consumo interno pode aumentar 4% em 2022 e a produção, 4,5%. O USDA, por sua vez, aponta crescimentos mais tímidos: de 2,4% no consumo brasileiro e de 2,6% na produção. Quanto às vendas ao mercado internacional, estimativas também apontam crescimento. Para a ABPA, o volume das exportações deve aumentar cerca de 5% em 2022, e, para o USDA, 2,4%. Importantes parceiros comerciais brasileiros tendem a aumentar a demanda pela carne de frango, uma vez que as interrupções relacionadas à covid-19 nas cadeias de suprimentos, os custos mais altos de insumos e outros fatores impediram os aumentos planejados da produção de aves em 2021 tanto em determinados países fornecedores da proteína quanto nos quais tinham a intenção de aumentar a produção interna para reduzir a dependência externa pela carne.