Agosto não foi um bom mês para a avicultura nacional. Os preços do animal vivo e da carne estiveram enfraquecidos ao longo de praticamente todo o período, enquanto os valores de alguns insumos (especialmente milho e farelo de soja) subiram, em certos casos impulsionados pela forte valorização do dólar. No início do mês, segundo colaboradores do Cepea, produtores ficaram frustrados, pois tinham expectativa de que a demanda aumentasse, fundamentados no típico aquecimento no período e também no fim das férias escolares. Agora no final de agosto, o movimento de queda dos preços do animal foi reforçado, visto que as demandas interna e externa não reagiram. Na parcial deste mês (até o dia 30), o frango congelado registra média de R$ 3,66/kg no atacado da Grande São Paulo, 5,9% abaixo da de julho/18 (de R$ 3,89/kg), mas 9% acima da de agosto/17 (R$ 3,36/kg), em termos nominais. A média do frango resfriado está em R$ 3,60/kg neste mês, queda de 2,9% frente à de julho (R$ 3,71/kg), mas alta de 6,4% em relação a agosto/17 (R$ 3,39/kg). Apesar das desvalorizações observadas para a carne, o preço do animal vivo segue estável. Na parcial de agosto, o frango vivo, negociado na Grande São Paulo, teve média de R$ 2,97/kg, com ligeiro recuo de 0,5% frente ao mês anterior e expressivo aumento de 20,7% em relação a agosto/17.
OVOS: OFERTA ELEVADA DE OVOS INTENSIFICA DESCARTES DE POEDEIRAS
A elevada oferta de ovos, que vem pressionando as cotações da proteína já há dois meses, tem levado granjeiros a intensificar os descartes de poedeiras neste final de agosto, com o objetivo de controlar a produção. Nesse cenário, frigoríficos estão pagando menores preços pelo animal vivo, visto que muitos avicultores adotaram essa estratégia, aumentando a disponibilidade dessas aves para abate. Segundo agentes consultados pelo Cepea, com os preços dos ovos e os custos de produção favoráveis em 2017, avicultores aumentaram o plantel, o que elevou a produção em 2018. Assim, o patamar de preços do branco neste mês está 21,3% inferior ao do mesmo período de 2017 na região de Bastos, em termos nominais. Para o vermelho, a desvalorização é de 22,5% na mesma comparação.
CITROS: APESAR DA FRACA DEMANDA, BAIXA OFERTA SUSTENTA PREÇO DA LARANJA
A demanda por laranja está desaquecida nesta semana, principalmente devido ao elevado patamar de preços da fruta e ao período de fim de mês. As cotações, porém, não recuaram, sustentadas pela baixa oferta. De segunda a quinta-feira, a média da laranja pera foi de R$ 30,45/cx de 40,8 kg, na árvore, estável frente à da semana anterior. Quanto à lima ácida tahiti, os preços subiram nos últimos dias. Conforme colaboradores do Cepea, muitos produtores têm interrompido a colheita da fruta, na tentativa de retomar o movimento de alta dos valores – uma vez que a variedade, ainda verde, permite maior tempo de permanência na árvore. Além disso, a demanda externa se intensificou nos últimos dias. Assim, a média parcial da variedade nesta semana foi de R$ 36,52/cx de 27 kg, colhida, avanço de 12% em relação à da semana passada.