As recentes paralisações por conta da pandemia do novo coronavírus já têm enfraquecido a demanda doméstica por carne de frango. Assim, agentes do setor têm reajustado negativamente as cotações da proteína. Segundo colaboradores do Cepea, as suspensões das aulas reduziram a procura pela carne avícola para merendas escolares. Vale lembrar que essa queda nos preços interrompeu o movimento de recuperação que estava sendo observado no setor desde a segunda quinzena de fevereiro e que era sustentado pelo aumento de pedidos de mercados, no intuito de prepararem seus estoques. Nos mercados de cortes e do frango vivo, a tendência foi a mesma. As exportações também já apresentam queda neste mês – nos 10 primeiros dias úteis de março, os embarques de carne de frango perderam o ritmo aquecido que vinham registrando. Conforme relatório parcial da Secex, as exportações de carne de frango in natura têm tido média de 15 mil toneladas/dia, recuo de 16,7% frente ao observado em fevereiro e ainda 10,2% abaixo da média diária de março/19.
CITROS: PREÇOS SEGUEM FIRMES, MAS POSSÍVEL MENOR DEMANDA DEVE PRESSIONAR COTAÇÕES
Produtores brasileiros estão preocupados com os efeitos da paralisação das atividades escolares e da redução do horário de funcionamento de restaurantes, feiras e varejões, no consumo de cítricos. Embora a demanda ainda seja considerada positiva por parte dos colaboradores consultados pelo Cepea (principalmente devido à necessidade de abastecimento da população e aos benefícios nutricionais das frutas), outros agentes já relatam certa lentidão no mercado. No mercado de laranja, uma possível retração da demanda pode não impactar significativamente os preços neste mês e no início de abril, tendo em vista que a colheita das precoces de 2020/21 deve se intensificar somente na segunda quinzena do próximo mês. No entanto, para a tahiti, cuja oferta segue elevada em São Paulo, as menores demandas interna e externa podem pressionar as cotações ainda neste mês. Nesta semana, os preços das laranjas seguiram firmes, devido à constante redução da oferta em São Paulo, resultado da finalização da safra 2019/20. De segunda a quinta-feira, a pera foi comercializada na média de R$ 35,41/cx de 40,8 kg, na árvore, estável (-0,1%) frente à da semana anterior. No caso da lima ácida tahiti, a oferta segue elevada, mas a comercialização esteve positiva nos últimos dias, segundo colaboradores do Cepea, o que contribuiu para sustentar os preços da variedade. Na parcial desta semana, a média da tahiti é de R$ 10,93/cx de 27 kg, colhida, alta de 3,9% em relação à passada.