Em maio, a avicultura de corte foi marcada por dois cenários distintos. O primeiro é o que antecede a paralisação dos caminhoneiros e o segundo é o período que os caminhoneiros estiveram em greve. No início do mês, o mercado ensaiava o fim da crise iniciada no setor em dezembro/17, visto que a recuperação dos preços do animal vivo e da proteína pôde ser observada na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Na semana que antecedeu a greve (de 14 a 18 de maio), a valorização do frango resfriado na Grande São Paulo foi de 12% em relação à semana anterior (de 7 a 11 de maio). Para o frango congelado, o aumento foi ainda mais expressivo, de 17% no mesmo período de comparação. Quanto ao animal vivo, a alta foi de 3%. A sustentação dos preços no período esteve atrelada à estratégia do setor em reduzir o alojamento de pintainhos para controlar a oferta de animais para abate.
Porém, a paralisação dos caminhoneiros, iniciada no dia 21, travou a maior parte dos negócios, uma vez que produtores não conseguiam receber insumos para alimentar os animais e frigoríficos reduziram (e até mesmo pararam) os abates, já que não havia mais espaço em seus estoques, que não estavam sendo escoados. De 21 a 25 de maio, as cotações médias do frango resfriado e congelado na região da Grande São Paulo recuaram 2% e 4%, respectivamente, frente à semana anterior, enquanto os valores do animal vivo permaneceram estáveis.
Já na terça-feira, 29, os preços da carne começaram a esboçar alta no atacado da maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. No entanto, agentes do setor ainda seguem preocupados com as perdas acumuladas no período, que podem ter reflexos em todos os elos da cadeia tanto no curto como médio prazo.