O movimento observado no mercado de carne de frango em abril foi diferente do usual, com vendas lentas e desvalorizações nas primeiras semanas do mês e reação dos preços com maior liquidez no fim do período. Essa mudança de cenário esteve atrelada principalmente às medidas restritivas para frear a covid-19 e seus impactos econômicos.
No primeiro momento, o agravamento da pandemia e as medidas mais restritivas quanto ao funcionamento de atividades não essenciais diminuíram a demanda interna de modo geral, afetando também as vendas de carne de frango. Já no segundo momento, com o relaxamento das medidas de isolamento e a liberação de novas parcelas do auxílio emergencial, as vendas voltaram a se aquecer, permitindo que agentes do setor repassassem parte do elevado custo de produção à carne. Apesar da retomada das valorizações, na média do mês, as cotações recuaram na comparação com março.
O frango inteiro congelado comercializado no estado de São Paulo se desvalorizou 2,9% entre março e abril, cotado a R$ 6,21/kg na média do último mês. Para o resfriado, a queda mensal foi de 0,9%, com o produto indo a R$ 6,38/kg na média de abril. Para o frango vivo, as altas nos preços foram intensas na segunda quinzena de abril, influenciadas pela tentativa do setor de acompanhar os custos de produção. Assim, a média do mês foi 2,3% superior à de março, a R$ 4,69/kg no estado de São Paulo.
Mesmo com a alta no preço do frango vivo, as cotações elevadas do milho reduziram o poder de compra dos produtores em abril frente a esse insumo. Já frente ao farelo, a relação de troca diminuiu, visto que os preços do derivado recuaram durante o mês. Em abril, foi possível ao produtor de frango a compra de 2,89 quilos de milho com a venda de um quilo do animal, queda de 5,3% frente a março. Já frente ao farelo de soja, houve alta de 8% no poder de compra, sendo possível a aquisição de 1,88 quilo do derivado com a venda de um quilo do animal.