O mês de abril foi marcado pela dificuldade em se escoar a produção da avicultura de corte, o que resultou em queda nos preços tanto do frango vivo quanto da carne. As medidas de distanciamento social por conta da pandemia de coronavírus afetaram o funcionamento de diversos serviços de alimentação, como restaurantes e hotéis, diminuindo a demanda por carne de frango. A procura enfraquecida agravou-se na segunda quinzena do mês, quando tradicionalmente as vendas já costumam ser menores. No estado de São Paulo, o frango inteiro congelado foi cotado a R$ 4,22/kg na média de abril, recuo de 12,6% frente ao mês anterior. Para o produto resfriado, a queda foi de 13,8%, com a média caindo para R$ 4,11/kg.
O descompasso entre a quantidade produzida e a demandada de carne de frango fez com que parte da indústria ajustasse seus pedidos por novos lotes de frango vivo, reduzindo a demanda pelo animal e, consequentemente, pressionando as cotações. No estado de São Paulo, o frango vivo teve preço médio de R$ 3,11/kg, baixa de 3,2% frente a março. Dessa forma, o poder de compra do produtor de São Paulo chegou ao menor patamar desde maio de 2018. Apesar da fraca demanda doméstica, os embarques de carne de frango in natura estiveram em ritmo aquecido em abril. Segundo dados divulgados pela Seccex, foram exportadas 16,04 mil toneladas/dia em abril, aumento de 8,7% frente à de março. Apesar do bom ritmo, o menor número de dias úteis fez com que o total embarcado recuasse 1,2%, totalizando, assim, 320,83 mil t de carne de frango.