A redução no poder de compra da população, devido aos impactos econômicos da pandemia de coronavírus, tem favorecido as vendas de carne de frango, que, geralmente, é mais barata do que as principais substitutas: bovina e suína. Além disso, o pagamento dos salários e da parcela do auxílio emergencial do governo federal e a retomada parcial de algumas atividades econômicas impulsionaram as vendas de carne avícola neste início de junho, segundo agentes do setor consultados pelo Cepea. Nesse cenário, os preços da proteína de frango subiram com mais intensidade do que as cotações das concorrentes, o que diminuiu sua competitividade. Vale ressaltar que esse movimento nos valores é de recuperação, tendo em vista as fortes quedas observadas entre março e maio – em termos nominais, o atual patamar médio de preço se aproxima do verificado em setembro de 2018.
SUÍNOS: COM REABERTURA DO COMÉRCIO E INÍCIO DE MÊS, RITMO DE NEGÓCIOS AUMENTA
O pagamento dos salários e do auxílio emergencial do governo federal e a gradativa retomada de parte das atividades econômicas em algumas regiões brasileiras impulsionaram as vendas da carne suína neste início de junho em muitas das praças acompanhadas pelo Cepea. Com a melhora nas vendas da carne, frigoríficos elevaram um pouco a demanda por novos lotes de animais, o que resultou em aumento nos preços de todos os produtos suinícolas no período. Para o animal vivo, as elevações mais expressivas foram observadas em regiões de Minas Gerais, onde as condições de mercado têm sido mais favoráveis à venda do animal.
MAÇÃ: EMBARQUES SE RECUPERAM EM MAIO, ENQUANTO IMPORTAÇÕES RECUAM
As exportações brasileiras de maçã se recuperaram em maio, somando 14,2 mil toneladas, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), volume 19% maior que o embarcado em abril. A receita, por sua vez, cresceu 16%, na mesma comparação, para US$ 9,6 milhões (FOB). Destaca-se que, no mês passado, houve uma mudança nos compradores da fruta brasileira, com maior participação europeia e menor dos países asiáticos – os principais destinos da maçã nacional em maio foram: Rússia (39%), Portugal (13%), Reino Unido (12%), Bangladesh (11%) e Irlanda (10%), conforme dados da Secex. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, esse resultado pode estar atrelado ao menor estoque na Europa, que também diminuiu seus envios à Rússia, e à recente flexibilização das medidas de isolamento em alguns países do continente. Quanto às importações da fruta pelo Brasil, recuaram em maio frente abril, o que pode estar relacionado ao encerramento da colheita nacional – que aumenta a oferta doméstica – e ao elevado patamar do dólar. Assim, as compras internacionais somaram apenas 4 mil toneladas em maio (-41% frente a abril), e os principais fornecedores da fruta ao Brasil foram Chile (57%) e Argentina (43%) – vale ressaltar que a maçã argentina tem perdido espaço no mercado europeu, devido a problemas de qualidade, e, por isso, o país vizinho tem direcionado maiores volumes ao Brasil, a preços inferiores.