A oferta mais ajustada de aves, resultado da diminuição no alojamento, mantém os preços do animal vivo em recuperação na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Já quanto à carne, o consumo ainda enfraquecido continua pressionando as cotações no atacado. Nesta semana, a greve dos caminhoneiros tem preocupado o setor, diminuindo o volume de negociações, visto que os recentes bloqueios nas estradas têm impedido o transporte de rações, de aves e de carne. Outra preocupação é em relação ao impacto negativo que a falta da ração causará no desenvolvimento das aves e, consequentemente, na produtividade. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), diante das dificuldades atuais, alguns frigoríficos já reduziram a quantidade abatida de aves. A ABPA pondera que esse cenário pode comprometer o abastecimento do mercado interno, bem como dificultar que os exportadores tenham meios de cumprir com os contratos de vendas já estabelecidos.
OVOS: RITMO DE NEGÓCIOS DIMINUI NA MAIORIA DAS REGIÕES
O ritmo de negócios diminuiu nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, refletindo a greve dos caminhoneiros, iniciada no dia 21, em protesto aos aumentos progressivos no preço do combustível. De acordo com colaboradores do Cepea, os bloqueios nas estradas têm impedido o transporte de rações e ovos, prejudicando o setor. Quanto aos preços, entre 17 e 24 de maio, o do ovo branco tipo extra, colocado na Grande Belo Horizonte, subiu ligeiro 0,1%, com a caixa de 30 dúzias do produto na média de R$ 76,36 nessa quinta-feira, 24. Para retirada em Bastos, as cotações recuaram 0,2% no período, para R$ 69,91/cx nessa quinta. O valor do ovo vermelho tipo extra, colocado na praça mineira, por sua vez, registrou leve alta de 0,2% entre 17 e 24 de maio, para a média de R$ 87,77/cx nessa quinta. Para retirada em Bastos, os valores caíram 0,1% no período, fechando a R$ 80,39/cx nessa quinta.
CITROS: CLIMA FRIO E DIFICULDADES DE TRANSPORTE E ABASTECIMENTO DESAQUECEM VENDAS
Conforme pesquisas do Cepea, no mercado de laranja de mesa, as vendas estiveram desaquecidas nesta semana, devido ao clima mais frio em São Paulo e às dificuldades de transporte e abastecimento. Por causa da greve nacional dos caminhoneiros, iniciada na segunda-feira, 21, parte das frutas colhidas permaneceu nos veículos paralisados nas estradas – principalmente as que tinham outros estados como destino. Neste cenário, produtores consultados pelo Cepea optaram por interromper a colheita nesta semana, no intuito de evitar prejuízos. A comercialização, portanto, tem se limitado a frutas remanescentes da colheita do fim de semana. Assim, a média da pera, na parcial desta semana (de 21 a 24 de maio), é de R$ 27,75/cx de 40,8 kg, na árvore, aumento de 2,9% frente à anterior. Quanto à lima ácida tahiti, a paralisação também impactou os mercados interno e externo. Segundo colaboradores do Cepea, compradores estão receosos em adquirir a fruta e não recebê-la, enquanto produtores consultados pelo Cepea temem ser prejudicados pela dificuldade de escoamento. Nesta semana, a média de comercialização desta fruta é de R$ 40,60/cx de 27 kg, colhida, queda de 16% em relação à semana passada – essa baixa se deve a um reajuste frente aos elevados patamares de semanas anteriores.
HF: GREVE DOS CAMINHONEIROS PREJUDICA ABASTECIMENTO DE HF'S EM TODO O BRASIL
A greve dos caminhoneiros, que se iniciou na segunda-feira, 21, tem causado fortes reflexos em todo o País, como o desabastecimento nos postos de combustíveis, dificuldades de acesso nas principais rodovias e, sobretudo, no escoamento de frutas e hortaliças nas regiões produtoras até os centros consumidores. Atacadistas da Ceagesp, o maior centro de distribuição de alimentos, relataram dificuldades em receber cargas de boa parte das frutas e hortaliças. Assim, receosos se os produtos chegariam ou não ao mercado, muitos produtores consultados pelo Cepea deixaram de colher até que a situação nas rodovias se normalize. Há a possibilidade, ainda, de que a Ceagesp não abra nesta sexta-feira 25. Portanto, poucos foram os preços coletados pelo Hortifruti/Cepea até essa quinta-feira, 24.