Fevereiro foi um mês de certa recuperação para a avicultura nacional. Apesar de os valores médios da carne terem sido apenas ligeiramente superiores aos de janeiro/19, foram expressivamente maiores que os registrados em fevereiro do ano passado. E esse cenário foi resultado das intensas demandas interna e externa pela proteína no período. Além disso, a oferta esteve controlada ao longo do mês, consequência do ajuste na produção – vale lembrar que o setor avícola passou por momentos desfavoráveis no correr de 2018, o que desestimulou parte dos produtores.
Em fevereiro, o frango inteiro resfriado teve preço médio de R$ 4,34/kg e o congelado, de R$ 4,31/kg, ambos negociados no atacado da Grande São Paulo. Esses valores representam leves altas de 0,6% e de 0,4% em relação aos de janeiro, respectivamente. No comparativo frente às médias de fevereiro/18, porém, verificam-se fortes valorizações de 35% para o produto resfriado e de 34% para o congelado, em termos nominais.
Naquele período, a dificuldade em escoar a carne pressionou os valores praticados no mercado doméstico. Assim, em fevereiro/18, a cotação média do frango resfriado foi a terceira menor do ano e a do congelado, a segunda menor.
Dentre os cortes resfriados acompanhados pelo Cepea, também na região paulista, apenas a asa e o coração tiveram retração nos valores frente aos verificados em janeiro, de 0,3% e de 1,6%, respectivamente. As vendas ocorreram ao preço médio de R$ 7,55/kg no caso da asa e de R$ 13,92/kg no do coração. Esses valores são 27,8% e 6,6%, respectivamente, maiores que os de fevereiro/18, em termos nominais.
Por outro lado, as cotações da coxa/antecoxa avançaram leve 0,2% de janeiro para fevereiro, a R$ 4,40/kg. Os preços do filé subiram 3% no mesmo período, a R$ 7,50/kg em fevereiro, e os do peito, 1,6%, a R$ 5,53/kg. Segundo colaboradores do Cepea, a alta nos valores desses dois últimos cortes é explicada pelo aumento das exportações e, ao mesmo tempo, pela maior demanda no mercado doméstico. Em relação às médias registradas em fevereiro/18, a coxa/antecoxa ficou 26,8% mais cara no mês passado, o filé, 17,5%, e o peito, 34,2%, em termos nominais.
ANIMAL – O movimento altista no mercado avícola não ficou restrito às cotações da carne. Em fevereiro, o frango vivo teve preço médio de R$ 2,83/kg no estado de São Paulo, valorização de 3,1% frente a janeiro e de 16,8% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, em termos nominais.
Para o pintainho de corte, de janeiro para fevereiro, houve valorização de ligeiro 0,3% no mercado paulista, a R$ 1,17/cabeça no último mês. Quando comparado aos valores praticados em fevereiro/18, a alta é de 14,1%, em termos nominais. Segundo colaboradores do Cepea, a procura mais intensa pelo pintainho tem sustentado os preços em patamares superiores àqueles que eram registrados no início do ano anterior.
PRODUÇÃO – Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2018, foram alojadas 48,4 milhões de cabeças de matrizes de corte, quantidade 3,5% inferior à de 2017. No mesmo sentido, dados da Apinco sinalizam redução de 2,25% na produção de pintainhos para corte entre 2017 e 2018, totalizando 6,1 bilhões de cabeças produzidas no último ano.
MERCADO EXTERNO – Mesmo com o descredenciamento de alguns frigoríficos brasileiros por parte da Arábia Saudita, decretado no final de janeiro, e com as tarifas antidumping imposta pela China à carne do Brasil, as exportações da proteína apresentaram recuperação em fevereiro. No mês, foram embarcadas 316,9 mil toneladas, alta de 12% frente a janeiro. A receita somou US$ 526 milhões, 16% acima da de janeiro.