Nos primeiros 14 dias úteis de abril, as exportações brasileiras de carne de frango in natura tiveram ritmo menos intenso frente ao registrado em março. Apesar disso, o movimento de alta nos preços da proteína no mercado interno segue firme, uma vez que a produção está ajustada, mantendo limitada a disponibilidade doméstica, conforme colaboradores do Cepea. Os dados parciais da Secex indicam que, de março para abril, a média diária de embarques diminuiu 12,2%, passando para 14,7 mil toneladas na parcial deste mês. Mesmo assim, esse volume ainda é o segundo maior do ano, atrás apenas do de março. Quanto aos preços internos, no atacado da Grande São Paulo, o frango inteiro congelado registra média de R$ 4,67/kg na parcial do mês (até o dia 25), alta de 4,8% frente à do mês anterior. Para o produto resfriado, os negócios tiveram média de R$ 4,69/kg neste mês, alta de 4,7% na mesma comparação.
CITROS: TANGERINA PONCÃ MINEIRA CHEGA AO MERCADO DE SP E PRESSIONA VALORES
A colheita de tangerina poncã se intensificou nas principais regiões produtoras do País nos últimos dias. Em São Paulo, as atividades foram iniciadas em fevereiro em algumas praças e, agora, a produção paulista compete diretamente com a de Minas Gerais. Diante disso, produtores paulistas têm relatado dificuldades em escoar as frutas no mercado de mesa de São Paulo. Esse cenário, atrelado ao fato de parte das frutas estar abaixo da maturação demandada pelo segmento, tem pressionado as cotações. Nesta semana (de segunda a quinta-feira), a poncã registra média de R$ 28,63/cx de 27 kg, queda de 8,1% em relação à anterior. Quanto à laranja, o fraco movimento no mercado de mesa paulista nos últimos dias e o aumento da oferta de 2019/20 têm justificado a queda nos preços de todas as variedades neste final de abril. Na média parcial desta semana, a laranja pera fechou a R$ 27,42/cx de 40,8 kg, na árvore, baixa de 12,5% frente à da semana passada.
CENOURA: CLIMA REDUZ OFERTA EM ABRIL
O clima quente e chuvoso segue afetando a produção de cenouras em São Gotardo (MG). Problemas com "mela" e nematoides, recorrentes em março, diminuíram, mas, agora, produtores mineiros relatam alta incidência de pintas e/ou manchas nas raízes. Deste modo, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, os descartes continuam elevados, reduzindo a oferta disponível. Na parcial de abril (1° a 25), a média de preços da caixa de 29 kg "suja" é de R$ 34,70, 6% superior à de março, quando as cotações já estavam em patamares elevados. Nesse cenário, após o beneficiamento, a venda de lavadas está maior neste mês. Além disso, as manchas são observadas apenas quando as cenouras passam pelo lavador, o que dificulta a comercialização de "sujas". No geral, há maior proporção de cenouras com menor calibre. O motivo é que, com as altas temperaturas, o ciclo vegetativo diminui, afetando a produtividade e o desenvolvimento secundário das raízes, responsável por aumentar o calibre. Este contexto amplia o descarte das cenouras que não são escoadas, devido ao volume excessivo do tipo "A".