As exportações brasileiras de carne de frango in natura recuaram em agosto, após terem atingido um dos maiores patamares da série no mês anterior. Apesar da queda no volume enviado, o alto preço pago pela mercadoria exportada e o dólar valorizado garantiram que a receita recebida pelo setor em moeda nacional se mantivesse elevada. De acordo com a Secex, o Brasil exportou 351,14 mil toneladas de carne de frango in natura em agosto, 10,3% abaixo das vendas de julho, mas ainda 3,1% acima das de agosto/20. Segundo pesquisadores do Cepea, embora a demanda mundial por carne siga aquecida, alguns entraves logísticos acabaram limitando os embarques no último mês. Na China – o principal destino da carne brasileira –, o fechamento temporário de um dos principais portos travou os envios nacionais ao país na segunda quinzena. Além disso, agentes brasileiros relataram falta de navios e de contêineres. Com a demanda internacional elevada e dificuldades em escoar produtos, os preços externos da carne de frango subiram. Em agosto, o valor da proteína embarcada pelo Brasil atingiu US$ 1,76/kg, alta de 2,2% frente ao de julho, 31,8% acima do de agosto/20 e o maior patamar desde dezembro de 2014 (Secex). Em Reais, a receita somou R$ 3,25 bilhões.
CITROS: OFERTA REDUZIDA DEVE SUSTENTAR PREÇO DA LARANJA EM SETEMBRO
Os preços de todas as variedades de laranja negociadas no mercado in natura encerraram agosto em patamares elevados, impulsionados pela baixa disponibilidade, principalmente de frutas com maior qualidade e calibre adequado. Segundo colaboradores do Cepea, o clima é um dos principais responsáveis pelo atual cenário, visto que as chuvas estão abaixo da média há muitos meses, e geadas foram registradas em algumas regiões em julho. Além da safra pequena em 2021/22, a aquecida demanda industrial reforçou o movimento de alta dos valores. Em agosto, o preço médio da laranja pera comercializada no mercado de mesa foi de R$ 39,67/cx de 40,8 kg, na árvore, avanço de 14,2% em relação ao de julho e quase 10 Reais/cx acima do verificado em agosto/20, em termos nominais. Para setembro, agentes consultados pelo Cepea acreditam que as cotações devem seguir firmes, fundamentados na continuidade da oferta restrita.