Pesquisadores do Cepea afirmam que relações instáveis com os países compradores têm dificultado as exportações do setor avícola, que ainda não deslancharam em 2018. Já foram ao menos três medidas internacionais neste ano que restringiram a entrada de frango brasileiro em importantes países demandantes. Além disso, a greve dos caminhoneiros no final de maio no Brasil e o impasse no tabelamento dos preços de frete também prejudicaram as negociações. Dados da Secex apontam que 1,8 milhão de toneladas de carne de frango (considerando-se produtos in natura e processados) foram embarcadas de janeiro a junho de 2018, baixas de 13,4% frente ao mesmo período de 2017 e de 19,2% na comparação com o primeiro semestre de 2016. Quanto ao mercado interno, agentes consultados pelo Cepea esperavam vendas aquecidas no início deste mês, devido ao recebimento dos salários, que tradicionalmente eleva a demanda. No entanto, esse comportamento foi observado em apenas parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.
OVOS: IMPULSIONADA POR VENDAS DE OVO INDUSTRIALIZADO, EXPORTAÇÃO CRESCE EM JUNHO
Os embarques de ovos industrializados aumentaram significativamente em junho, ao contrário dos ovos in natura, que registraram o menor volume embarcado do ano. Segundo dados da Secex, de maio a junho, o Brasil ampliou em 79,1% os embarques de ovos processados, totalizando 288 toneladas enviadas ao exterior. Para ovos in natura, no entanto, as exportações se reduziram 8,6%, somando apenas 183,8 toneladas em junho. Somando as duas categorias, o setor de avicultura de postura nacional embarcou 471 toneladas em junho. Apesar de esse volume ser 30,3% maior que o de maio, está 6,4% menor frente a junho/17, devido ao fraco resultado dos embarques de ovos in natura, ainda de acordo com dados da Secex.
CITROS: CLIMA FRIO E BAIXA QUALIDADE DE FRUTAS DIFICULTAM NEGÓCIOS
O mercado de cítricos esteve aquecido no início desta semana, mas voltou a recuar com o passar dos dias. Segundo colaboradores do Cepea, o clima mais frio, atrelado à falta de qualidade das laranjas disponíveis no mercado in natura, dificultou a comercialização. Contudo, com a demanda ainda intensa por parte das processadoras, a disponibilidade de variedades precoces está reduzida no estado de São Paulo, fator que acentua a procura pela pera. Assim, a média parcial desta semana (de segunda a quinta-feira) da laranja pera é de R$ 26,79/caixa de 40,8 kg, na árvore, alta de 2,5% em relação ao período anterior. Para a lima ácida tahiti, a interrupção da colheita continuou impulsionando os valores da variedade. A demanda, por outro lado, recuou, principalmente devido às elevadas cotações e ao clima mais ameno em São Paulo. Na parcial do período, a tahiti tem média de R$ 31,57/cx de 27 kg, colhida, aumento de 23,2% em relação à semana passada.