A diferença entre as demandas internas e externas para a avicultura de corte criou situações distintas de liquidez e de preços entre as regiões e os produtos acompanhados pelo Cepea. Enquanto as vendas externas de carne foram aquecidas, devido à conjuntura internacional, a procura por parte da população brasileira esteve limitada pelo baixo poder de compra. Em Toledo (PR), região com grande presença de players exportadores, os preços do frango inteiro congelado registraram fortes altas – de maio a junho, a valorização foi de 1,4%, com o produto negociado a R$ 8,29/kg no último mês. Já no atacado da Grande São Paulo, mercado voltado principalmente aos consumidores brasileiros, o mesmo produto se desvalorizou 1,3% no período, comercializado a R$ 7,41kg em junho.
Com a menor demanda interna pela carne, a procura por animais para abate no mercado independente também diminuiu em parte das regiões, pressionando as cotações do frango vivo. Na média do estado de São Paulo, a queda nas cotações foi de 3,9% entre maio e junho, comercializado a R$ 6,11/kg no último mês. No front externo, apesar do leve recuo no volume embarcado, a receita gerada com as vendas foi recorde. De acordo com dados da Secex, 400 mil toneladas de carne de frango in natura foram embarcadas em junho, recuo de 4,6% frente a maio, mas ainda 10,1% acima do volume de junho/21. A receita somou US$ 880,75 milhões, que, além de ser o maior montante da série histórica (iniciada em 1997), é 1,8% superior ao obtido em maio e 50,2% acima da receita de junho/21.