As demandas internacional e doméstica pela carne de frango seguem firmes. Do lado da oferta, pesquisadores do Cepea indicam que o setor vem operando com produção controlada há alguns meses. Esse contexto tem elevado os preços da carne e, consequentemente, do animal vivo, que, neste caso, atingem os maiores patamares nominais da série histórica do Cepea em algumas regiões. Segundo relatório parcial da Secex, nos oito primeiros dias úteis de setembro, o Brasil exportou, em média, 17,3 mil toneladas/dia de carne de frango in natura, sendo 6,7% acima da média observada em agosto e ainda a segunda maior de 2020 – atrás somente da de fevereiro. Quanto ao mercado doméstico, a elevada competitividade da proteína avícola frente às principais carnes concorrentes (bovina e suína) mantém a boa fluidez das vendas.
CITROS: PRODUTOR ESTÁ À ESPERA DE CHUVAS
As altas temperaturas e o clima seco no estado de São Paulo têm preocupado citricultores consultados pelo Cepea. Além de limitar a oferta de laranjas com qualidade na safra corrente (2020/21), esse cenário pode prejudicar a produção da próxima temporada (2021/22), visto que as plantas estão bastante debilitadas, e a atual fase, de fixação dos frutos (pegamento), é bastante crítica – alguns citricultores já indicam queda de chumbinhos. Previsões indicam possibilidade de chuva nos próximos dias em algumas áreas do estado de São Paulo, mas os volumes ainda devem ser insuficientes para compensar os dias de seca.
IPPA: ALTA DO IPPA/CEPEA EM AGOSTO SUPERA OS 10%
O IPPA/CEPEA (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) registrou expressiva alta nominal de 10,5% de julho para agosto. Segundo pesquisadores do Cepea, esse resultado se deve às variações positivas observadas nos índices de grupos de produtos, com destaque para o IPPA-Grãos, que avançou 12,5%; seguido pelo IPPA-Hortifrutícolas, com elevação de 11,9%; pelo IPPA-Pecuária, com aumento de 10,3% e pelo IPPA-Cana e Café, com alta de 4%. No caso dos grãos, a soja e o milho foram os produtos que exerceram maior influência sobre o avanço do índice. Destaca-se também forte a variação nominal mensal de 22% do preço do arroz em casca. Entre os hortifrutícolas, o aumento refletiu sobretudo as valorizações da banana, do tomate e da uva. Quanto ao índice da pecuária, destacaram-se as altas nos preços dos frangos, dos suínos, do leite e do boi gordo. O índice composto por cana-de-açúcar e café, acompanhado desde junho, teve seu resultado impulsionado pela elevação no preço do café. Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos industriais, calculado e divulgado pela FGV, teve alta de 4,71% – logo, de julho para agosto, os preços agropecuários subiram frente aos industriais da economia.