As cotações da carne de frango estão em forte recuperação no mercado interno, atingindo os mesmos patamares nominais registrados em outubro de 2016. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso vem da maior demanda e da baixa oferta da proteína. O aumento da procura neste início de mês está atrelado ao recebimento dos salários por grande parte da população e à necessidade de muitos atacadistas e varejistas de repor seus estoques após a greve dos caminhoneiros. A menor oferta, por sua vez, se deve à paralisação dos abates em muitos frigoríficos do País no final de maio, como consequência dos protestos. Assim, entre 30 de maio e 7 de junho, o preço do frango inteiro resfriado negociado na região da Grande São Paulo subiu expressivos 30,2%, para R$ 4,60/kg nessa quinta-feira, 7. O valor do congelado subiu ainda mais: 39,4%, a R$ 4,71/kg na quinta.
OVOS: COM FIM DA GREVE, VENDAS AUMENTAM E PREÇOS SOBEM COM FORÇA
O ritmo de negócios está mais aquecido no mercado de ovos neste início de junho, refletindo a maior demanda pelo produto. Além do pagamento dos salários neste período, o fim da greve dos caminhoneiros elevou a procura pela proteína, visto que as grandes redes varejistas se desabasteceram durante os protestos. Quanto aos preços dos ovos, estão subindo com força, também impulsionados pela menor oferta. Segundo colaboradores do Cepea, a rápida absorção dos estoques e a elevada perda de poedeiras durante a paralisação reduziram a disponibilidade do produto, que não tem sido suficiente para suprir a demanda. Assim, entre 30 de maio e 7 de junho, a caixa com 30 dúzias do ovo branco tipo extra registrou alta de 23% na região produtora de Bastos (SP), fechando a R$ 86,01, em média, nessa quinta-feira, 7. O valor da caixa do produto vermelho, por sua vez, subiu 22% no período, fechando a R$ 98,16 nessa quinta na praça paulista.
CITROS: PROCURA AUMENTA, MAS QUALIDADE CAI, PRESSIONA VALORES E DIFICULTA EXPORTAÇÃO
Com o fim da greve dos caminhoneiros, o mercado citrícola retomou o ritmo nos últimos dias. Segundo colaboradores do Cepea, a demanda está firme nas roças nesta semana, devido à necessidade de abastecimento por parte de compradores, que não tinham fruta em estoque. No entanto, produtores escoaram as laranjas que já estavam mais maduras, a fim de evitar perdas de qualidade, caso as vendas se desacelerassem. Assim, na parcial da semana (de segunda a quinta-feira), o preço da laranja pera teve média de R$ 25,48/cx de 40,8 kg, na árvore, recuo de 5,4% em relação à do período anterior. Dentre os reflexos da paralisação, as maiores perdas foram registradas para a tangerina poncã e para a lima ácida tahiti – seja por terem ficado nos caminhões parados nas estradas ou estocadas em packing houses. No caso da tahiti, as exportações ainda estão em menor ritmo, em decorrência da necessidade de regularização dos envios junto aos portos. A perda de qualidade das frutas, que ficaram estocadas durante os protestos, também tem dificultado os embarques.