CARNE – As cotações da carne de frango, que, ao longo de 2018, vinham apresentando reduções sucessivas, registraram certa recuperação em junho. Esse aumento, dentre outros fatores, foi reflexo da normalização das atividades, após a paralisação dos caminhoneiros, ocorrida no final de maio. De um modo geral, as elevações estiveram mais intensas na primeira quinzena de junho, mas se enfraqueceram nas últimas semanas do mês. Isso porque o consumo doméstico desaquecido e a forte queda nas exportações acabaram impedindo novas altas nos preços internos da carne. Ainda assim, os preços médios de junho foram os maiores, em termos nominais, em 17 meses. Entre 30 de maio e 29 de junho, os preços da carne congelada negociada na Grande São Paulo subiram 12,1%, fechando a R$ 3,79/kg no dia 29. Em Toledo (PR), a valorização foi de 42,3%, a R$ 4,79/kg.
EXPORTAÇÕES – Segundo a Secex, os embarques de carne de frango in natura somaram 218,9 mil toneladas em junho, volume 30% inferior ao de maio/18 e 36% abaixo do de junho/17. A receita totalizou US$ 325,62 milhões em junho, baixa de 32% em relação ao mês anterior e de 42% frente a junho/17.
FRANGO VIVO – Os valores do frango vivo se mantiveram firmes ao longo de todo o mês de junho, impulsionados pela baixa oferta do animal. Na região da Grande São Paulo, o animal se valorizou 28,2% no acumulado do mês, encerrou o período a R$ 3,03/kg.
PODER DE COMPRA – Os movimentos de alta nos preços do animal vivo em junho e de queda nos valores dos principais insumos da atividade (milho e farelo de soja) resultaram em maior poder de compra ao avicultor. Esse contexto favorável, de valorização do animal e de queda nos preços de insumos, não era verificado desde março de 2017. Assim, com a venda de um quilo de frango vivo, o avicultor paulista conseguiu comprar 2,1 quilos de farelo de soja em junho ou 4,45 quilos de milho, aumentos respectivos de 32,1% e de 40,2% no poder de compra frente a maio. Em relação a junho de 2017, no entanto, verificam-se diminuição no poder de compra do avicultor de São Paulo, de 15,8% frente ao farelo de soja e de 19,8% ao milho.