O baixo poder de compra da população brasileira, fragilizado sobretudo pelo avanço da inflação no País, limitou as vendas de carne de frango em maio. Além disso, o elevado patamar do preço da proteína entre o encerramento de abril e o começo de maio no mercado interno também dificultou o escoamento do produto. Diante disso, muitos vendedores reduziram os valores de negociação ao longo do mês, como forma de evitar acumular estoques. De abril a maio, o valor médio do frango inteiro congelado caiu 5% no atacado da Grande São Paulo, passando para R$ 7,51/kg no último mês. Apesar do recuo, a cotação ainda esteve 1,7% acima da observada em maio/21, em termos reais (indexados pelo IPCA de abril/22).
No mercado de cortes e miúdos da Grande São Paulo, dentre os produtos acompanhados pelo Cepea, a coxa com sobre coxa congelada registrou a maior desvalorização, de 7,6% de abril a maio, a R$ 7,62/kg no último mês. No comparativo anual, contudo, observa-se avanço de 1,2%, também em termos reais. A queda nos preços da carne, por sua vez, resultou também em leve reajuste negativo nos preços do frango vivo em parte das regiões produtoras. Na média do estado de São Paulo, o animal para abate foi cotado a R$ 6,36/kg em maio, baixa de 0,8% frente a abril, mas elevação de 15,1% frente à de maio/21, em termos reais (neste caso, os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de abril/22).
No front externo, as vendas de carne de frango seguiram aquecidas, sendo importante canal para escoar a produção brasileira e limitar a pressão sobre os preços domésticos. Os embarques brasileiros têm sido estimulados por conta da crise internacional de abastecimento de carne de frango, tendo em vista a guerra na Ucrânia e os surtos de Influenza Aviária de alta patogenicidade na Europa e na América do Norte, que prejudicam a oferta mundial da proteína.