A liquidez está baixa e os preços da carne estão em queda no mercado brasileiro de frango. Segundo colaboradores do Cepea, esse cenário se deve ao típico enfraquecimento da demanda doméstica em começo de ano, tendo em vista o menor poder de compra da população, diante das despesas extras de janeiro. Além disso, o mercado tenta buscar um equilíbrio após as fortes altas registradas no fim de 2019. Agentes consultados pelo Cepea indicam que esse contexto tem elevado os estoques de indústrias e de atacadistas. Assim, de 16 a 23 de janeiro, o frango inteiro congelado comercializado no atacado da Grande São Paulo se desvalorizou 6%, cotado na média de R$ 4,89/kg na quinta-feira, 23. Para o inteiro resfriado na capital paulista, a queda no preço foi de 7,1%, a R$ 4,74/kg no dia 23. Segundo colaboradores do Cepea, a lentidão nos negócios fez com que aumentasse o fluxo de carne de frango do Paraná e de São Paulo, onde os preços estão menores, para as regiões mais ao Sul do País. Em Porto Alegre (RS), o frango inteiro congelado foi cotado a R$ 5,63/kg no dia 23, queda de 1,7% em sete dias.
CITROS: CHUVA REDUZ COMERCIALIZAÇÃO; PREÇOS VARIAM CONFORME QUALIDADE
As chuvas registradas nas principais regiões citrícolas do estado de São Paulo estão dificultando as atividades de campo e a comercialização de cítricos. Além disso, segundo colaboradores do Cepea, a disponibilidade de laranjas de boa qualidade está bastante reduzida, resultando em grandes variações nos preços pagos pela fruta no mercado de mesa. No caso da pera rio, enquanto as laranjas de menor qualidade têm remuneração ao redor de R$ 27,00/cx, as frutas selecionadas chegam a ser vendidas acima de R$ 35,00. Assim, na parcial desta semana (de segunda a quinta-feira), a pera registrou média de R$ 30,77/cx de 40,8 kg, na árvore, alta de 3,4% frente à da semana passada. Para a lima ácida tahiti, os valores seguem em baixos patamares, devido ao pico de safra no estado de São Paulo. Nesta semana, a média parcial da tahiti foi de R$ 12,84/cx de 27 kg, colhida, aumento de 2% em relação à anterior – os preços foram sustentados pelo maior ritmo de moagem nas indústrias e pela redução da colheita em algumas praças, em decorrência das chuvas.
MELANCIA: COLHEITA PRESSIONA COTAÇÕES NO SUL DO PAÍS
Neste início de ano, o mercado nacional de melancia tem sido abastecido predominantemente por Teixeira de Freitas (BA) e Encruzilhada do Sul (RS). Na praça gaúcha, o ritmo da colheita está bastante intenso, elevando a oferta da fruta e pressionando as cotações. Para fevereiro, colaboradores do Hortifrúti/Cepea acreditam que este cenário de grande volume de frutas disponíveis deve se acentuar ainda mais, devido ao início das atividades em Bagé (RS) e ao maior ritmo de colheita na praça baiana (por conta do começo da 2ª parte da safra 2019/20). Além disso, em Encruzilhada do Sul, as atividades devem continuar até o final de fevereiro. Vale ressaltar que, em Teixeira de Freitas, a área plantada com melancia se recuperou frente à da safra 18/19, o que deve favorecer o aumento da oferta nacional de melancia em fevereiro e pressionar ainda mais os valores.