Em abril, os preços do frango inteiro registraram o terceiro menor patamar da série histórica do Cepea, iniciada em 2004, em valores reais. Desde o início deste ano, avicultores têm enfrentado consecutivas quedas nos valores de venda dos animais e altas nos preços dos principais insumos, como milho e farelo de soja. Com a demanda interna desaquecida, o preço da carne também registra seguidas quedas no atacado. Assim, as exportações, ainda que não registrem desempenho excelente neste ano, vinham sendo a válvula de escape para o setor.
No estado de São Paulo, em abril, o frango congelado teve preço médio de R$ 3,04/kg, queda de 7,4% na comparação com março e de 20,2% frente ao mesmo mês de 2017. Já o frango vivo, por sua vez, registrou média de R$ 2,15/kg, baixa de 6,9% frente ao mês anterior e de 15% no comparativo com abril/17. Para tentar reverter esse cenário, o setor limitou a oferta, por meio de reduções de abate e alojamento.
MERCADO EXTERNO – Em abril, o Brasil exportou 255,05 mil t do produto in natura, volume 28,1% inferior ao de março/18 e 14,1% abaixo do de abril/17. O movimento de baixa nas exportações ocorreu, principalmente, devido ao bloqueio da entrada de carne de frango brasileira na União Europeia, cenário que resultou no menor volume exportado desde 2005, quando foram embarcadas 247,40 mil toneladas, para carne in natura.
Ainda assim, apesar da considerável redução no volume exportado, o maior preço em dólar e a valorização da moeda norte-americana garantiram uma boa receita recebida em Reais. Em abril, o preço externo da carne in natura foi de US$ 2,04/kg, o maior desde maio/13, alta de 33,3% frente ao de março. O dólar se valorizou 4% de março para abril, a R$ 3,41. Dessa forma, o setor arrecadou R$ 1,75 bilhão com as exportações em abril, leve queda de 0,2% frente a março, mas alta de 14,5% no comparativo com abril/17.