Aproveitando a boa liquidez da carne de frango no mercado interno, agentes do setor reajustaram positivamente as cotações de venda do animal vivo e da proteína ao longo de agosto. Essas altas buscaram acompanhar os elevados custos de produção para garantir a margem de avicultores e de frigoríficos. Diante das elevações, levantamento do Cepea mostra que os preços do frango vivo e do abatido inteiro renovaram em agosto os recordes nominais das séries históricas, iniciadas em 2004 para ambos os produtos.
O retorno das aulas presenciais e o otimismo com a flexibilização das medidas restritivas aumentaram a demanda interna por carne de frango e impulsionaram os preços. De julho a agosto, o frango inteiro congelado se valorizou 7,8% no atacado da Grande São Paulo, a R$ 7,94/kg no último mês. Em Toledo (PR), a alta no preço da proteína foi de 10%, com o produto comercializado a R$ 8,41/kg em agosto.
O movimento de alta nas cotações do frango inteiro, contudo, reduz a competitividade dessa carne frente às principais concorrentes. E esse contexto é um dos fatores-chave para a boa liquidez do frango. Agentes reportaram que, em algumas regiões, houve resistência do consumidor final em pagar os valores mais altos do frango, principalmente na segunda quinzena do mês, trazendo recuos pontuais. No mercado do animal vivo, os preços seguiram em elevação, pautados justamente na boa liquidez da carne. Na média das regiões do estado de São Paulo, o frango teve média de R$ 5,94/kg em agosto, alta de 3,2% frente ao mês anterior.