Com o crescimento global ainda tímido e o Federal Reserve diminuindo os estímulos em breve, o dólar pode se fortalecer amplamente até o final deste ano e persistir em 2022, conforme já escrevi em outros textos aqui mesmo no Investing.com.
Acredito que a maioria das moedas do G10 se enfraqueça frente ao dólar, além das moedas emergentes que são mais sensíveis ao risco. Nesse contexto o real parece bem encaixado.
Atualmente o Brasil segue ladeira abaixo em atratividade de capitas, com apenas 3,95%, muito mais próximo da África do Sul, com 3,12%, do que da Índia, com 12%. Não vou nem comentar sobre outros emergentes como Taiwan, Coreia do Sul e Singapura porque seria muita crueldade com o Brasil.
Muitos acreditam em uma desvalorização do câmbio nos próximos dias considerando apenas a elevação da taxa Selic, e que o investidor vai olhar esse diferencial de juro e virá de foguete para Brasil para ganhar esse spread. Não é bem assim!
Talvez uma elevação muito acima das previsões atuais da taxa Selic pudesse ser suficiente para atrair o investidor estrangeiro, que provavelmente colocaria na balança o tamanho do risco país versus a oportunidade do dinheiro e aceitasse o risco. Não é o caso!
Uma coisa é falar em diferencial de taxa em um mundo “tranquilo”, onde as coisas estão navegando em águas calmas, e outra é nesse mundo de ponta cabeça e desorganizado.
Vamos sem torcida apenas analisar os dados e com muita calma.
Uma observação, NÃO sou a favor da elevação da taxa Selic, só tentei dar um exemplo de como as coisas não funcionam como uma receita de bolo.
Bons negócios a todos!