Diferente de todas as outras eleições presidenciais que tivemos até então, o mercado financeiro pareceu incólume às pesquisas eleitorais que ocorreram quase que semanalmente nos últimos meses, sendo mais atingido por preocupações relacionadas às consequências da pandemia somada a guerra entre Rússia e Ucrânia e a dívida pública.
Começamos a perceber que o mercado poderia estar mais sensível ao tema “Eleições Presidenciais” quando há poucas semanas - na sexta-feira que antecedeu o primeiro turno - rumores em relação ao ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles ser cotado para assumir novamente a posição de ministro da Economia em uma possível vitória do candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Naquele mesmo dia, tivemos um bom humor tomando conta do mercado futuro de Dólar, realizando movimento de forte baixa perante nossa moeda.
Pois bem, desde então, diversas outras pesquisas foram apresentadas ao mercado, tivemos a realização do primeiro turno e mais uma vez presenciamos os players valorizando muito mais dados econômicos relacionados com a inflação dos Estados Unidos e da Europa, com fortes movimentações de alta e de baixa, ao invés da disputa pelo maior cargo público do Brasil.
Assim, deve seguir ainda durante os próximos meses, o problema da inflação no mundo ainda pode perdurar, temos uma dívida pública generalizada resultante de enormes estímulos injetados nas economias e, somado a um consumo de produtos e serviços reprimido no período de pandemia, é natural que tenhamos as nações sofrendo as consequências por um longo período. Prova disso é a recente renúncia da primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss, que ficou no cargo por somente 44 dias e adotou medidas bastante controversas para a economia Inglesa.
Temos poucos dias para a decisão do segundo turno das eleições Presidenciais e parece que diante de uma semana recheada de indicadores econômicos, decisões de taxas de juros nas grandes economias do mundo e apertos na política monetária, foi necessário alguns tiros de fuzil e granada para acordar e incomodar o preço da moeda americana ante o Real. Possivelmente foi apenas um gatilho para despertar a preocupação com nossas eleições e finalmente passar a influenciar na cotação do Dólar. Ainda temos um mercado trabalhando em um grande canal que foi superado da região de preço de 5.200,00 que se mantém na faixa de preço de 5,250 e 5,350 já há um bom tempo.
Por fim, nesta semana não faltarão boas movimentações, mesmo porque teremos o fim do contrato futuro atual de Dólar a espera da rolagem, abertura do mercado na segunda feira precificando parte dos resultados das eleições, decisão da taxa de Juros aqui no Brasil, PIB e PCE Americanos e na próxima semana PMI Chinês e Americano bem como o que costuma gerar maiores oscilações, Payroll. Para todos estes, o “tiroteio” sempre estará presente ao longo do pregão, o que nos resta é prezar por um fim de semana de paz e tranquilidade na importante decisão que faremos neste domingo 30 de outubro.
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto