Em janeiro de 2023, o número de investidores em Fundos de Investimento Imobiliário, os FIIs, alcançou 2 milhões, segundo a B3 (BVMF:B3SA3) — a bolsa de valores brasileira. A marca impressiona, principalmente, se considerarmos que, em janeiro de 2017, esse número era de 121 mil CPFs. Em cinco anos, o crescimento foi de mais de 1.500%, mostrando o amadurecimento rápido que o mercado de capitais brasileiro tem experimentado e, no caso específico dos FIIs, como essa classe de ativos tem ganhado a confiança dos investidores que buscam a independência financeira em longo prazo, criando um patrimônio que aos poucos passará a gerar uma renda mensal de incremento à aposentadoria.
Apesar da impressionante evolução dos últimos anos, o mercado de Fundos de Investimento Imobiliário no Brasil ainda pode ser considerado em seus primeiros passos. Comparando com países em que o mercado de capitais é mais maduro e a educação financeira está mais presente na vida das pessoas, percebe-se o enorme potencial de crescimento para essa classe de ativos por aqui. Para se ter uma ideia, segundo dados levantados pelo Trix, aplicativo para investimento em carteiras administradas de FIIs, nos EUA, 45% dos 331 milhões de habitantes investem em REITs (Real Estate Investment Trust), que podem ser considerados os “primos americanos” dos nossos fundos imobiliários. Enquanto isso, o recorte de pessoas que já contam com alguma cota de FII no Brasil não chega a 1% dos seus 214 milhões de habitantes.
Além do número de investidores, o mercado de fundos imobiliários nos EUA, obviamente, também movimenta muito mais dinheiro que o nosso. Por lá, os investimentos em imóveis via mercado de capitais movimentam anualmente cerca de 1,4 trilhão de dólares, o equivalente a R$ 7,5 trilhões, enquanto, no Brasil, o tamanho do mercado de FIIs, segundo a B3, está próximo de R$150 bilhões. Uma pequena fração, portanto.
Mas não devemos olhar esses números com a tal “síndrome de vira-latas”. A comparação com o maior mercado financeiro do mundo é importante não para nos sentirmos pequenos, mas para ver o quanto ainda temos para crescer e onde podemos chegar com um mercado forte e um povo bem-educado financeiramente.