Julho foi um mês de manutenção da tendência de alta dos fundos imobiliários, com o IFIX apresentando uma valorização de +1,33%. Só nos últimos 4 meses, ou seja, desde o fechamento de março/23, a valorização do principal índice de fundos imobiliários listados na B3 (BVMF:B3SA3) é de +15,80%.
A valorização do IFIX vem sendo puxada principalmente pelos fundos de tijolo, aqueles que investem diretamente em imóveis, com o ITrix Tijolo apresentando alta de +24,29% nos últimos 12 meses.
Já os FIIs de Papel, segmento de fundos imobiliários que investem em ativos mobiliários com lastro em imóveis, também apresentaram, na média, valorização relevante em julho/23, porém possuem uma performance mais comedida nos últimos 12 meses, com o ITrix Papel valorizando +6,36% nesse período.
As ações, representadas pelo Ibovespa, apresentaram forte alta em julho/23 e no intervalo dos últimos 12 meses, +3,27% e +18,20%, respectivamente. Neste mesmo cenário, o IMA-B 5+, índice da ANBIMA que representa uma cesta de títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional com vencimentos superiores a 5 anos, também valorizaram no mês e nos últimos 12 meses. De maneira geral, tanto os índices de renda variável, quanto os de renda fixa pré-fixada de longo prazo vêm se beneficiando das expectativas por um início de corte da SELIC para a reunião do COPOM que acontecerá em agosto.
* Calculado pro-rata die, de acordo com o último índice divulgado. **Os índices ITrix são calculados a partir da ponderação de segmentos de FIIs que fazem parte do IFIX.
Os mercados internacionais seguem apresentando cenários ambíguos. De um lado, as economias da China e da Europa mostram dados de crescimento econômico aquém das expectativas, inclusive apontando para uma recessão na Zona do Euro. Por outro, a economia americana apresenta algum grau de desaceleração, porém ainda com o mercado de trabalho muito robusto e índices econômicos que por vezes animam e outras vezes nem tanto. Na dúvida, os investidores tem se mantido no cenário positivo, acreditando que o pior da inflação global pode ter ficado para trás, que a economia americana não entrará em uma recessão profunda e que os governos das principais economias farão o possível para estimular o crescimento econômico em um futuro próximo, o que fez com que os principais índices de ações mantivessem o bom desempenho ao redor do planeta.
No Brasil, o cenário parece dado para que o Banco Central decida iniciar um ciclo de corte da taxa Selic em agosto. O IPCA de junho e o IPCA-15 de julho apresentaram variação negativa de -0,08% e -0,07%, respectivamente, mostrando que o ambiente inflacionário interno parece controlado. Além disso, os números mais recentes de desempenho econômico sugerem uma desaceleração da economia local. Com a expectativa do início de corte da taxa de juros de referência cada vez mais forte, os FIIs, principalmente os de tijolo, já vêm apresentando forte valorização nos últimos 12 meses, porém ainda é muito cedo para dizer que o investidor que está de fora não pode entrar por conta dos preços que subiram. O que vemos na verdade é que o ciclo de recuperação e valorização dos FIIs está apenas começando.