Pelo 3º mês consecutivo, o IFIX apresentou forte valorização, com alta de +4,71% em junho/23. Com isso, o principal índice de fundos imobiliários negociados na B3 (BVMF:B3SA3) apresenta uma valorização de +14,28% desde o fechamento de março/23. O IFIX fechou o mês com o valor de 3.155,32 pontos, maior fechamento mensal desde dezembro de 2019, se aproximando da máxima pontuação histórica de 3.263,66 pontos, alcançada no início de janeiro de 2020.
Como podemos observar no quadro abaixo, o bom desempenho do IFIX tem sido puxado pelos Fundos de Tijolo, ou seja aqueles que investem diretamente em imóveis, representados pelo índice ITrix Tijolo, que apresentou valorização de +6,92% no último mês e de +21,64% nos últimos 12 meses. Já os fundos de Papel, aqueles que investem em ativos mobiliários com lastro em imóveis, apresentam performance mais comedida, já que o ITrix Papel valorizou +2,91% em junho e +5,65% nos últimos 12 meses.
O Ibovespa também apresentou mais 1 mês de forte valorização, com ganhos de +9,00%, passando assim a apresentar uma performance positiva de +19,83% nos últimos 12 meses. Na mesma toada, os títulos de renda fixa de emissão do Tesouro Nacional indexados ao IPCA e o Real também apresentaram ótimo desempenho em junho/23, com o IMA-B 5+ valorizando +3,37% no mês e +16,34% nos últimos 12 meses e o dólar perdendo valor frente a moeda brasileira nesses mesmos intervalos de tempo.
* Calculado pro-rata die, de acordo com o último índice divulgado. **Os índices ITrix são calculados a partir da ponderação de segmentos de FIIs que fazem parte do IFIX.
O evento mais importante no mercado internacional no mês junho foi a decisão do Federal Reserve, Banco Central Americano, de pausar o ciclo de alta da taxa básica de juros após dez aumentos consecutivos. Embora o BCE, Banco Central Europeu, ainda esteja em ciclo de alta, já que boa parte do velho continente demonstra uma inflação resiliente, os investidores de maneira geral tem mantido o bom humor, já que a China reduziu a taxa básica de juros na decisão mais recente e os EUA parecem estar entrando em um ciclo de maior controle inflacionário, fazendo com que os analistas já comecem a projetar quando será iniciado um ciclo de queda dos juros na maior economia do mundo.
Tais movimentos no mercado internacional têm favorecido o Brasil, que tem apresentado recentemente bons números de inflação e também de desempenho econômico. No mês de junho, foi divulgado o PIB do 1º trimestre, que apresentou crescimento de 1,9% em relação ao trimestre anterior, valor consideravelmente acima do esperado e influenciado principalmente pelo forte desempenho do agronegócio. Já o IPCA de maio registrou um aumento de 0,23%, mais baixo do que o esperado, acumulando nos últimos 12 meses variação de 3,94%. Esse cenário fez com que os analistas passassem a reduzir as expectativas de inflação e aumentar as expectativas de desempenho do PIB para 2023 e também para os próximos anos, favorecendo as apostas de que o Banco Central do Brasil deve iniciar um ciclo de queda da taxa SELIC a partir da reunião do Conselho de Política Monetária (COPOM) que deverá acontecer em agosto.
Como temos destacado nos últimos relatórios, esse ciclo de queda da SELIC que se avizinha, alinhado a um desempenho econômico e índices de inflação melhores do que o esperado, podem ser apenas o início de um período bastante promissor para os fundos imobiliários, já que os FIIs no geral praticamente não se valorizaram nos últimos 3 anos, mesmo em um cenário de alta de inflação, principalmente dos preços ligados a construção civil. Em algum momento esse custo deve ser repassado para o preço do tijolo, que por consequência será repassado para os preços de aluguel, e isso influenciará os preços de maneira geral. Some isso tudo a estabilidade e bons ventos para a economia brasileira e será fácil perceber que estamos apenas no começo dessa bola de neve!