Hoje, vamos trazer a resposta a uma pergunta que recebemos recorrentemente: como ficam os cotistas se o fundo imobiliário deixar de existir?
Para responder a essa e outras questões, vamos tomar os exemplos do CSHG Prime Offices ((SA:HGPO11)) e do BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11), que negociam atualmente a venda dos imóveis que fazem parte das carteiras.
Liquidação do FII HGPO11
O fundo CSHG Prime Offices tem como objetivo auferir ganhos com a exploração dos edifícios Metropolitan e Platinum, localizados na região da Faria Lima.
O FII está em um processo de venda dos dois únicos imóveis do portfólio e, posteriormente, a extinção do fundo, administrado pela Credit Suisse (SIX:CSGN).
A solicitação partiu de cotistas detentores de mais de 5 por cento das cotas do FII e a proposta foi discutida em assembleia geral extraordinária (AGE). Pela decisão, o preço mínimo estabelecido para a operação é de 39 mil reais por metro quadrado corrigido pelo IPCA.
Segundo o Credit Suisse, o processo de venda dos imóveis será encerrado se não houver proposta que supere o preço mínimo e não haverá a convocação de uma nova AGE pela administradora.
Atualização sobre a venda
De acordo com o Credit Suisse, mais de 25 potenciais compradores tiveram interesse em aprofundar a análise sobre os dois únicos ativos do HGPO11.
Os nomes dos interessados e as condições das propostas recebidas não foram divulgados no comunicado.
O fundo aceitará novas propostas até o final de junho de 2022.
O cotista perde o dinheiro que investiu?
Se confirmada a venda dos ativos do portfólio do fundo, os cotistas receberão na forma de rendimentos o lucro (também chamado de ganho de capital) auferido com a operação. Já no processo de liquidação do fundo, que deverá ser aprovado em uma nova AGE, os cotistas terão direito a receber os valores referentes à amortização (devolução do patrimônio) e, posteriormente, as cotas deixam de ser negociadas na B3 (SA:B3SA3).
Recomendo que, em caso de venda dos ativos do portfólio, os cotistas não resgatem suas cotas até a conclusão da liquidação do fundo, nem mesmo caso ocorra uma valorização das cotas de mercado após a venda dos imóveis. Assim, quando ocorrer a liquidação de todo o patrimônio do fundo, será depositado o dinheiro resgatado na conta do cotista, tanto os rendimentos quanto a amortização.
Nesse caso, é muito importante que o investidor não deixe de informar o preço médio de aquisição ao administrador quando solicitado, caso contrário, ele poderia utilizar custo zero ou custo mínimo para realizar a retenção do IR sobre a amortização, o que prejudicaria muito o resultado dessa operação.
FII BMLC11 recebe proposta de venda
Além do CSHG Prime Offices, o fundo imobiliário BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11) recebeu uma proposta da 7 Bridges Brasil para a venda dos dois imóveis que compõem o patrimônio do fundo.
O interessado ofereceu 98 milhões de reais pela aquisição do edifício Brascan Century Corporate e do Rio Sul Center, a serem pagos integralmente até dezembro de 2022.
Atualização sobre a venda
A administradora, o comitê de investimentos e a gestora estão avaliando se a proposta é do interesse do fundo e é esperada a convocação de uma assembleia geral extraordinária de cotistas (AGE) para deliberar sobre a operação.
Segundo o comunicado divulgado pelo BTG Pactual (SA:BPAC11), administrador do BMLC11, eventuais passivos e contingências relacionados aos imóveis identificados pela 7 Bridges durante diligência podem impactar o preço oferecido.
A proposta de venda dos ativos do fundo ocorre em meio a uma AGE agendada para discutir a substituição da atual gestora (Argucia Capital) pela Suno Gestora de Recursos. De todo modo, os cotistas poderão manifestar seus votos tanto a respeito da venda dos imóveis quanto sobre uma eventual troca de gestão.