Já fazem alguns anos que o agronegócio tem um dos setores mais promissores da economia brasileira. Responsável por cerca de 27% do PIB do país, o setor desperta o interesse de investidores, sejam eles institucionais ou pessoas físicas, que têm procurado alternativas para aproveitar este bom momento.
Por isso, em meados de 2021, a lei de número 14.130/2021 e a Resolução 39 da CVM instituíram a criação dos Fiagros, que facilitam o investimento e a captação de recursos direcionados para esta área.
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De forma resumida, a modalidade funciona de forma semelhante aos fundos imobiliários e paga rendimentos provenientes de plantas agrícolas e direitos creditórios. A grande diferença, obviamente, diz respeito ao setor no qual cada um está inserido.
Fato é que hoje, quase um ano após as decisões que criaram os fundos voltados para o agronegócio, o panorama encontrado é bastante interessante e deve ser observado com calma. Já são cerca de 40 fiagros em operação no Brasil, sendo 31 deles voltados a imóveis de produção rural e nove a direitos creditórios. Tudo isso em um tempo relativamente curto.
Do lado dos investidores, são cerca de 50 mil pessoas. Número ainda baixo se comparado com o mercado de FIIs, que conta com mais de 1,5 milhão. Contudo, é preciso reconhecer que esta classe tem crescido a um ritmo bastante acelerado e oferecido retornos importantes.
O primeiro Fiagro criado no Brasil, por exemplo, o GCRA11 anunciou um Dividend Yeld anualizado de 18%, com rendimento de R$1,57 por cota, o maior da história desta modalidade até o momento.
Aqui é importante fazer um disclaimer e deixar claro que este texto não se trata de uma recomendação de investimento A ou B. O objetivo aqui é reunir elementos que ajudem o investidor a ter uma compreensão mais clara a partir da visão de alguém que está há mais de 16 anos no mercado financeiro.
A questão é que menos de um ano após sua chegada, os Fiagros já começam a trazer boas perspectivas com um pagamento de proventos acima da média, o que me faz acreditar que o futuro pode ser bastante promissor.
Por outro lado, também é indispensável falar sobre os riscos que envolvem este tipo de investimento. Negociadas em bolsa, as cotas desses fundos podem sofrer com as variações naturais do mercado, o que abre espaço para perdas significativas caso o investidor não saiba equilibrar a diversificação em carteira.
Além disso, por trabalhar com direitos creditórios e financiamento de projetos, sempre existe a possibilidade de inadimplência, ou seja, a falta de pagamento aos credores.
Seja lá como for, como eu disse, os Fiagros podem - e até devem - fazer parte de uma estratégia equilibrada. Ficar de fora de um dos setores mais promissores talvez não seja uma boa ideia. Pense nisso!