Os Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) têm ganhado cada vez mais destaque nas carteiras de investimentos. Criados em 2021, esses fundos logo viraram tendência, com gestoras lançando seus produtos. Para se ter uma ideia, em apenas alguns meses no primeiro ano, o patrimônio atingiu R$ 1,7 bilhão e, neste ano, já passa de R$ 12 bi, até abril. O número de fundos, por sua vez, saiu de 14 em 2021 para alcançar 56 até abril de 2023.
VEJA MAIS: Os principais Fiagros da B3
Vale destacar que Fiagros são fundos de investimento que permitem investir em cadeias produtivas agrícolas, um dos segmentos mais relevantes para a economia nacional. Além de oferecer aos investidores a possibilidade de diversificar seus investimentos, os Fiagros funcionam como modalidade de captação para o agronegócio, auxiliando no desenvolvimento deste setor, que vem mostrando desempenho acima do crescimento da economia.
A CNA (Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil), por exemplo, projeta que o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio deve crescer 2,5% em comparação a 2022. Já o Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) estima um aumento ainda maior, de 8%, e o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) projeta uma expansão de 10,9% no PIB do setor. A título de comparação, o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central e que ouve analistas do mercado, projeta que o PIB nacional terá alta de 1,26%.
Os dados mostram a importância do agronegócio para a economia nacional e revelam que os investimentos no setor podem trazer um bom retorno financeiro. E o investidor brasileiro já percebeu isso. De acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os Fiagros apresentaram em abril a maior captação líquida registrada em 2023. A diferença entre aportes e resgates atingiu R$ 658,2 milhões. No acumulado em 2023, a diferença entre aportes e resgates ultrapassa R$ 1 bilhão. Desde agosto de 2021, quando os Fiagros começaram a ser comercializados, o total de emissões ultrapassa R$ 12,3 bilhões. Os dados da entidade mostram ainda que o patrimônio líquido também apresenta alta, com o acumulado em abril chegando a R$ 12,6 bilhões.
A expectativa da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é que até 2028 o patrimônio líquido dos Fiagros alcance a cifra de R$ 100 bilhões. Essa previsão tem como base a rápida evolução desse tipo de fundo que entrou no mercado em agosto de 2021 e, em janeiro de 2022, já contava com 30 mil investidores pessoas físicas. Segundo dados da B3 (BVMF:B3SA3), em março deste ano, o ativo soma mais de 200 mil investidores pessoas físicas, que representam 93% do volume negociado.
Além de aportar em um dos setores que tem o melhor desempenho na economia nacional, uma das vantagens do Fiagro é a diversificação, já que cada fundo investe em um ativo diferente. Vale lembrar que existem três tipos de Fiagros: imóveis, direitos creditórios e participações. Dessa forma, este produto consiste em uma forma eficaz de diversificar o portfólio aplicando no agronegócio e com um baixo tíquete de entrada.
Isso sem falar do pagamento de dividendos. No Fiagro, a distribuição de rendimentos não é obrigatória, mas gestor tem todo o interesse em distribuir os rendimentos com recorrência, podendo ser mensal, trimestralmente ou semestralmente. É uma aplicação de longo prazo que irá perseguir o pagamento de rendimentos. O investidor, assim, terá uma renda periódica sobre o aporte e não deve comprar buscando uma valorização imediata.
Aliado a tudo isso, o investidor conta ainda com a isenção de Imposto de Renda Pessoas Físicas sobre os rendimentos, desde que as cotas do Fiagro sejam admitidas à negociação em Bolsas de Valores ou no mercado de balcão organizado, e o fundo escolhido possua, no mínimo, 50 cotistas.
Por todos esses motivos, os Fiagros surgem como uma ótima opção de investimentos e não à toa vem ganhando destaque nas carteiras dos brasileiros.