Entre o final de 2020 e início de 2021, tanto a Câmara quanto o Senado aprovaram o projeto de lei 5.191/2020, que cria os Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais, os famosos Fiagro. Ainda desconhecida por muitas pessoas, esta classe tem gerado dúvidas entre os investidores, sobretudo, por pertencer a um segmento que tem gerado interesse e demonstrado resiliência durante as crises.
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De forma resumida, os Fiagro são semelhantes aos fundos imobiliários com a diferença de que seu foco são ativos ligados ao agronegócio. A ideia é que adquiram imóveis rurais, títulos de crédito como CPR, CRA, LCA , CIR e recebíveis do agronegócio.
Alguns terão suas cotas negociadas em bolsa e pagarão dividendos, que, por ora, estão isentos do pagamento do Imposto de Renda. E já existem casos em que alguns papéis chegam a pagar um dividend yeld de 17%.
Dada a posição de importância desta indústria dentro de toda a economia global, há um certo otimismo com esta classe. Durante a semana, por exemplo, vimos o lançamento de um Fiagro na B3 (SA:B3SA3).
O Ministério da Economia também revelou que hoje o país já conta com 31 fundos registrados e que somados, os valores de emissão chegam a R$7,5 bilhões. Ainda de acordo com a pasta, a expectativa é que a modalidade abra oportunidades para pequenos investidores e atraia estrangeiros nos próximos anos.
De forma resumida, eu diria que as grandes vantagens de investir em um Fiagro estão no recebimento de dividendos com isenção de IR e na possibilidade de diversificação com ativos do mercado agroindustrial de uma forma relativamente simples e barata. Isto sem falar em questões relativas à administração das propriedades. Os responsáveis por este processo são os profissionais da própria administradora.
Outro ponto, que inclusive foi destacado pelo sócio e gestor da Galápagos, Felipe Solzki, é a liquidez desta classe. Segundo o economista, por serem fechados, esses fundos não sofrem com resgates de cotas por serem negociados no mercado secundário
Por isso, explica, é mais fácil conseguir estruturar operações com prazos mais longos, em empresas menos óbvias, mas, ainda assim, com boas estruturas de garantias.
Por fim, mesmo com um horizonte interessante para o investidor, existem riscos envolvidos. Crises ambientais podem interferir nos resultados das empresas, algo com potencial para mexer com os preços das cotas e no DY distribuído ao mercado.
Caso esteja pensando em investir, é sempre interessante selecionar alguns fundos e acompanhá-los durante algum tempo. Faça pesquisas, entenda as teses dos gestores e comece. Conforme seus conhecimentos sobre o setor avançarem e a sua segurança na tomada de decisão for maior, vale a pena considerar aumentos de posição.
Mesmo em um cenário turbulento, tanto interno quanto externo, o agro é um dos poucos setores que têm conseguido apresentar bons resultados de forma regular na última década.
Como diz o ditado, “O agro é pop!”. Isto, contudo, não quer dizer que os riscos não existam. Pense nisso!