O Fiagro (Fundo de Investimento na Cadeia Agroindustrial) não só tem muito potencial para crescimento como vai crescer exponencialmente nos próximos anos. Os números mais recentes são a prova disso. De acordo com a Anbima, no primeiro semestre os tais fundos se destacaram no mercado de capitais doméstico ao apresentarem crescimento de 50,4% - captação de R$ 4,7 bilhões - em comparação com igual período do ano anterior.
Aliás, foi a única modalidade que cresceu em captação. Todos as outras apresentaram variação negativa. Os FIIs recuaram 16,1% com a entrada de R$ 7,9 bi, enquanto os CRIs (R$ 12,6 bi) caíram 21,5%. E a situação só piora: Notas Comerciais captaram R$ 11 bi (-24%); CRA, R$ 13,3 bi (-24,5%); Ações, 13,5 bi (-28,4%); FIDC, R$ 12,2 bi (-39,3%); e Debêntures, R$ 78,1 bi (-41,5%). Nesta comparação, é preciso ponderar que o Fiagro é um produto novo e passa por um rápido amadurecimento.
No início do ano houve mais saque do que captação nos Fiagros, o que deixou a impressão de que 2023 não seria tão bom quanto o esperado. Felizmente, tudo não passou de um fenômeno pontual. Findo o primeiro semestre, as captações voltaram a superar os saques. Com os resultados alcançados o patrimônio líquido já ultrapassa os R$ 13 bilhões.
O sucesso do Fiagro segue o mesmo caminho do agro nacional. A estimativa oficial de que a produção de grãos chegue a 315,8 milhões de toneladas, um novo recorde que, por si só, já justifica a busca por Fiagros. A alta em comparação com a safra anterior é de 15,8%. Outra estimativa, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), prevê que o PIB do agronegócio cresça 35,9% este ano chegando a R$ 2,65 trilhões. Resumindo, quem investe em Fiagro sabe muito bem onde está o dinheiro.
Vale ressaltar que quando se fala em crescimento do agronegócio, não estamos nos referindo apenas à produção em si. Mas à estrutura produtiva como um todo. E é isso que traz oportunidades para os investidores. Por exemplo, na atual safra a área destinada ao plantio cresceu 4,8% na comparação com a safra anterior, chegando a 78,1 milhões de hectares.
Mais terras destinadas ao plantio significa mais arrendamentos, construção de galpões diversos, silos para armazenamento de grãos, produção e aquisição de maquinário e de insumos e, principalmente, acesso a crédito para tornar tudo isso realidade. A partir dessas necessidades é que se criam os Fiagros, sejam eles imobiliários, de direitos creditórios ou de participações.
Atualmente, cerca de 77% dos investidores em Fiagros são pessoas físicas. Além de tudo o que foi citado acima, a boa rentabilidade e o fato de haver isenção de imposto de renda para este tipo de investidor são outras vantagens que devemos pontuar. Como se observa, bons motivos não faltam para mais pessoas e empresas apostarem nos Fiagros como fonte de retorno financeiro e de diversificação da carteira.
*André Ito é sócio e gestor da MAV Capital